A MUSA DA MINHA RUA - PARTE 2
Basta vê-la ali passar
Que me encho de alegria;
Sinto a maior euforia
Com o corpo a incendiar;
O seu jeito de andar
Desperta em mim a paixão
E faz do meu coração
Uma bomba acelerada.
Estou certo, essa danada
De mim não tem compaixão!
Se tivesse não faria
Presepada assim comigo;
Não me daria o castigo
Passando ali, todo dia,
Com tanta acrobacia
Com tanta “bundalidade”...
Digo com sinceridade:
Não estou mais aguentando.
Ela está me matando.
Pode crer que é verdade!
Tremo nas bases em ver
Sua forma avantajada,
Em roupa bem decotada
Não dá para me conter!
Sério, tento me manter
Tranquilo, mas não consigo!
Com os meus olhos a sigo
Durante o seu percurso
Pois não resta outro recurso.
É ou não é um castigo?
Dá um oi, um aceno faz,
Tipo assim… me provocando.
Percebe que estou olhando
Aí que rebola mais;
As minhas cordas vocais
Travam não produzem nada;
Esboço uma gaguejada
Mas me falta todo ar;
Não consigo respirar
Por causa dessa malvada.
Ontem ela estreou
Um belo de um shortinho.
Pense num short curtinho!
Em minha frente passou;
Meu coração disparou
Alterou a pulsação;
Senti uma sensação
Que ele batia à toa.
Sua válvula quase voa
Quase que vou pro caixão!
Tem nada não, Deus tá vendo
O quanto ela me maltrata!
Sei que um dia essa acrobata
Paga o que está me devendo.
Até lá eu vou vivendo
Provando do seu castigo;
Correndo todo perigo
Que eu tenho que correr,
Mas um dia quero ter
Essa musa aqui comigo.
Benildo Nery
Um poeta de Montanhas