NO TEMPO DOS FILMES DO VELHO OESTE
Assisti a muitos filmes de faroeste
Nos idos tempos da juventude
Eram ainda em preto e branco
Das lendas e assaltos a banco
Bandidos mascarados em atitude
Tocando o terror no velho oeste
Roubavam cavalos e dinheiro
E também a paz da região
O xerife nem sempre podia
Diante daquela estripulia
Fazer valer a sua opinião
Era a ação de muito pistoleiro
Todo domingo eu ia ao cinema
Nas matinês não perdia a sessão
Tinha o artista e a mocinha
Sua namorada, uma gracinha
Cada beijo era suspiro e emoção
Torcer por ele era o meu lema
Troca de gibis logo na entrada
A fila grande na bilheteria
Para o bang bang tão esperado
Se faltasse energia ficava irado
Pois isso as vezes acontecia
Deixando a meninada frustrada
As vezes tinha um seriado
Antes da película começar
Isso prendia muito a gente
Prá voltar no domingo contente
E o enredo não desperdiçar
Conforme ele foi anunciado
Eu ficava bem agoniado
Logo depois que almoçava
Olhava o relógio a todo instante
Sabendo ser o filme excitante
Prá rua logo eu me atiçava
Correndo pro cine como viciado
Nos filmes sobre o velho oeste
Eu tinha meus artistas preferidos
John Wayne era um entre eles
Mas também entre outros aqueles
Que tinham fama de destemidos
Que cavalgavam do sul ao leste
Paul Newman era um bonitão
Que conquistava toda a platéia
Já o Yul Brynner era galã careca
Quando eu e toda a minha reca
Ele imitava, essa era nossa ideia
Fazendo na mão um três oitão
James Stewart era um valente
Clint Eastwood também era
Munidos de uma bela pistola
Sem ninguém ali na sua cola
Nessa hora não tinha espera
Era muita bala de lado e prá frente
Burt Lancaster gostei muito dele
Tinha pinta de ser conquistador
No velho oeste tinha sua fama
E no amor uma formosa dama
As mulheres achavam encantador
Certo charme encontravam nele
E assim o tempo foi passando
Dos filmes ficou a lembrança
De cowboys e homens da lei
Que não mais existem, eu sei
Mas valeu muito ter esperança
Era como se estivesse sonhando