A MULATA QUE PERDI PRO ZECA
Ainda hoje me arrependo
De ser amigo do Zeca
Foi o maior aperreio
Durante um passeio
Num jogo de peteca
Quando fiquei tremendo
Conhecemos uma mulata
Mas eu cheguei primeiro
A gente estava brincando
Todo mundo jogando
Peteca pro companheiro
Nuna tarde bem pacata
Fiquei de olho na menina
Esperando dar meu bote
A morena me olhou
De mim ela gostou
Era pequena como mascote
Daquele olhar que fulmina
Já tava me convencendo
Que a mulata era minha
Que ia sair ganhando
E não estava sonhando
Pois certeza eu tinha
Ela estava me pertencendo
Mas o Zeca se atravessou
De imediato no meu caminho
E com seu jeito conquistador
Sem um pouquinho de pudor
Para ela ofereceu carinho
Na sua mão ele pegou
Eu fiquei muito arretado
Com essa sua artimanha
Com a qual me decepcionou
Prá mim a amizade acabou
Pois ele não se acanha
Isso foi bem arquitetado
Na volta do tal passeio
Eu vim todo acabrunhado
Vendo ele com ela
Olhando pela janela
E eu ali muito indignado
De olho no seu belo seio
A menina era gostosa
Tinha uma lapa de peito
Quase o tamanho dela
Nunca vi uma donzela
Assim daquele jeito
Isso na maior prosa
O tempo passou depressa
Não vi mais o sujeito
Mas ficaram namorando
E eu aqui só pensando
Estar ele bem satisfeito
Se é isso que lhe interessa
Mas depois fiquei sabendo
Que o Zeca levou uma gaia
De um cara motoqueiro
E metido a xavequeiro
Que levou ela para a praia
E lá ficaram os dois bebendo
A menina era interesseira
E gostava de se mostrar
Com ela só tendo dinheiro
Prá curtir o tempo inteiro
Mandou o Zeca pastar
E acabou a brincadeira
Acho que dessa eu escapei
Podia ter acontecido comigo
O que aconteceu com Zeca
Inda bem que aquela moleca
Não é mais do meu amigo
E com ela não me estrepei