JURAMENTO QUEBRADO Francisco Luiz Mendes.

JURAMENTO QUEBRADO

Francisco Luiz Mendes.

Bem aos pés daquele altar

Uma confissão fizeste:

_ Para sempre vou te amar!

Para mim assim disseste:

_ Jamais o abandonarei,

Ao teu lado eu estarei,

Norte a Sul, Leste a Oeste.

Na alegria, na tristeza,

Junto a você seguirei.

Na riqueza, na pobreza,

Tampouco me importarei.

Creia, custe o que custar

Nada vai nos separar,

Por mim e por ti viverei.

Ante este depoimento,

Emotivo lacrimei,

Naquele teu juramento,

Muito que acreditei.

E diante dos presentes,

De amigos e parentes,

Amar-te também jurei.

Na bênção sacerdotal

Outra vez se perguntou,

Laço matrimonial,

Outra vez você jurou.

As alianças trocamos,

E num sim, nós confirmamos,

Tudo que o padre indagou.

Movido pela emoção

Meu coração martelava,

Minha mão, na tua mão,

Fortemente segurava.

Com o teu e o meu aval,

Forró lá no arraial,

Nossa união festejava.

Vou amá-lo a vida inteira

Seja aqui, ou em Pequim.

Serei tua companheira,

Ao últ’mo dia de mim.

E seja lá como for,

Na fome, sede e na dor.

Felizes seremos, sim.

Nós vamos comemorar

Dias extraordinários,

Então vamos degustar,

E muitos aniversários.

Mormente de casamento,

Com Deus no consentimento,

Viveremos bons cenários.

Nosso ninho de amor

Entre nós tudo perfeito,

Sem conhecer dissabor,

E nem tampouco um malfeito.

Matrimônio sem igual,

Um exemplo de casal,

Sem ninguém ver um defeito.

Cada dia mais presente

Assim a gente vivia,

Vinte e quatro horas, quente,

Pois, era só alegria.

Unidos ao bel-prazer,

Não havia malquerer,

Tristeza não reinaria.

E todos os gostos seus

Atendia-se ligeiro,

Assim como, pois, os meus,

Não importava dinheiro.

Para nós era importante,

O que estava adiante,

Era só mais um janeiro.

Não se ouviam queixumes,

Sequer uma discussão,

Essa palavra ciúmes,

Conosco tinha vez não.

Amor acima de tudo,

Por fim, nenhum linguarudo,

Fizera fofocação.

A gente se declarava

A qualquer hora do dia,

Por ali se comentava,

Aquela nossa harmonia.

Procurava-se saber,

Qual força do bem-querer,

Ali em nós existia.

Tal qual nossa união

Mundo afora não havia,

De muita veneração,

Dia e noite, noite e dia.

Amor sublime e bonito,

Além do mais, veredito,

Outro igual não nasceria.

Tudo tava normalmente

Até que num certo dia,

Algo ficou diferente,

Não era a mesma euforia.

Daí me ponho a pensar,

Quem podia imaginar,

Que amor assim findaria.

Mas, foi o que aconteceu

Tudo se modificou.

Minha vida pereceu,

O tempo pra mim parou.

Aquele amor tão bonito,

Tornou-se logo finito,

O mundo em mim desabou!

Pois, um falso juramento

Naquele altar se fazia.

Aquele devotamento,

No meu ouvido tinia.

Mas, de nada adiantou,

A jura que ecoou,

Não passou de utopia.

Fim de nossa relação

Por ali se comentava,

A grande repercussão,

Na mídia se espalhava.

Aquele belo casal,

Era apenas tal e qual,

Ninguém mais o admirava.

Na boca de todo mundo

Era um assunto só,

Enfim, lamento profundo.

Diziam _ É de dar dó!

E agiu com sordidez,

O que com ele se fez,

Não se faz nem com bocó.

Sempre havia certo alguém

Que ficava na torcida,

Pedia até pro além,

Dar aquela intrometida.

Em nossa situação,

Pra reatar a paixão,

Pois, era alma ferida.

Pra família e pra mim

Foi total decepção,

Aliás, maldito sim,

Nessa minha afirmação.

Mas, quem podia prever,

O que ia acontecer,

Durante nossa união?

Pra mim foi surpreendente

O fim dessa nossa história,

Então assim, simplesmente,

Sem qualquer dedicatória.

Eu estou me perguntando,

E a resposta vai ficando,

Vazia e vexatória.

No meu ciclo social

Vários questionamentos,

Para mim foi crucial,

Conter aborrecimentos.

A rua não mais me viu,

A ninguém mais dei psiu,

Já para evitar lamentos.

Parece que o que vivemos

E de nada adiantou,

Ao outro o que prometemos,

Escanteado ficou.

Um amor tão verdadeiro,

Não acaba tão ligeiro,

Como o nosso se acabou.

O sim entusiasmado

Dito lá naquele dia,

E por você confirmado,

Com muita idolatria.

Por que agora somente,

Mudar repentinamente,

A nossa biografia?

Não nego que é dolorida

A dor da separação,

O peito vira ferida,

Entristece o coração.

A vida vai-se sem rumo,

O viver torna-se um sumo,

Enfim, só desilusão.

Pois, nunca que imaginei

Passar por essa aflição.

Nem tampouco me atentei,

De bruta simulação.

Eu quero neste momento,

Esquecer teu juramento,

Feito de conspiração.

E de que me adiantou

Ouvi-la naquele dia?

O tal sim que me ofertou,

Falso qual quiromancia.

Mas, eu, inocentemente,

Caí feito adolescente,

Na jura que me fazia.

Aos poucos vou apagando

A triste história de amor,

Ficar só me lastimando,

Só me causa dissabor.

De toda e qualquer maneira,

Tenho uma vida inteira,

Pra superar esta dor.

A história que eu vivi

Já ficou no meu passado,

Com ela só me iludi,

Amei e não fui amado.

Não quero mais me queixar,

O tempo é quem vai falar,

Quem de nós foi tapeado.

Agora bola pra frente!

E o que passou, já passou.

Só me interessa o presente,

Foi só o que me restou.

Quem sabe se eu me dou bem,

E, por fim, nesse vaivém,

Um alguém já me fisgou.

Eu necessito viver

A minha vida normal,

E para sempre esquecer,

Daquele sim, afinal!

Ainda não assimilei,

Parece que não acordei,

Desse louco vendaval.

Confesso muito doeu

Para mim foi fácil não,

Enfim, quem sofreu fui eu.

Com tamanha ingratidão,

Amaldiçoo tal hora,

Pois, lamento até agora

Tão falsa declaração.

FIM.

Francisco Luiz Mendes
Enviado por Francisco Luiz Mendes em 12/03/2021
Reeditado em 27/09/2022
Código do texto: T7205083
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