MULHER ENCRENQUEIRA
No sítio onde eu fui morar
Pensei encontrar sossego
No tão sonhado aconchego
Numa cidadezinha pacata
E minha doce vida melhorar
No começo foi tudo bonitinho
De manhãzinha o sol nascendo
E eu bem feliz me aquecendo
O pensamento lá nas alturas
Esperando conhecer o vizinho
Me deparei com uma senhora
Que de cima a baixo me olhou
Pensei de mim ela gostou
Mas foi como fogo de palha
Em seguida foi logo embora
Aí eu pensei, não deu bom dia
Mesmo não me conhecendo
Era o que estava parecendo
Porém eu fiquei na minha
E para ela eu apenas sorria
Do outro lado o vizinho alertou
Que a velha era encrenqueira
Que vivia fazendo besteira
Incomodando seus vizinhos
E assim ele então decretou
E foi justamente o que ocorreu
A mulher que se chamava Maria
Começou me aperrear todo dia
Folhas ao vento na sua porta
Prá minha porta ela varreu
Disseram que era fofoqueira
Da vida alheia tomava conta
Por qualquer coisa apronta
Mas eu fui me acostumando
Sem ligar para essa coviteira
Porém o tempo foi passando
Prá velha não dava atenção
Essa foi a minha posição
Os vizinhos já faziam o mesmo
Eu com os outros me entrosando