A PELEJA ENTRE O VÍRUS E O VIL NO SERTÃO DA PANDEMIA

Foi lançado o desafio

Do vírus virar cordel

É coisa pra cabra macho

Pra quem tiro meu chapéu

E também pra muié forte

Da raça da supergirl

Vei’ da China pelo céu

Mas isso ninguém bem sabe

Esse tal coronavírus

Mãe lacraia, com pai bagre

Passeou pelas Oropa

A modo que a vida acabe

O aperreio nem mais cabe

No tanto que já chorei

Oh! Desgraça da moléstia

Razão para isso, num sei

Mas sei que em terra de cego

Quem tem só um olho é rei

Pela vida me guiei

Por meus próprios pensamentos

Não repito o que me mandam

Sem fazer meu julgamento

Ivermectina é pra piolho

Ou pra cabeça de vento

Mito tá no firmamento

Ou no ataque do Mengão

Um faz água virar vinho

Outro é octacampeão!

Esse aí... o das arminhas...

Tá mais é pra fanfarrão

O lesado, sem noção

Disse que era gripezinha

Fez tanta aglomeração

Abusou da ladainha

Mas garantiu o seu pirão

Com a tal da rachadinha

Pro povo nada, nadinha!

Nem vacina, nem respeito

Pro vivente, nem emprego

Pro doente não tem leito

E pra quem bater as botas

Nem pro enterro se dá jeito

Tristeza brota no peito

De ver toda nossa gente

Passando por esse aperto

Sem poder ver os parentes

Sem poder dar um sorriso

Sem poder olhar pra frente

Queria ser competente

Pra fechar com esperança

Esse tão triste repente

Mas a pandemia avança

E a estupidez governa...

A tragédia é nossa herança.

E com toda essa matança

Trezentos mil brasileiros

Já perderam suas vidas...

Para a lança de um ceifeiro

Que joga sal na ferida

E do ódio é escudeiro.

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 14/03/2021
Reeditado em 09/06/2021
Código do texto: T7206510
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