Cinquentão do Nordeste.

Sei que todo cinquentão

parido em chão nordestino

no seu tempo de menino

já fez muita travessura.

Mijou em cima de sapo

já pisou em formigueiro

já grito um tempo inteiro

o seu, cai cai tanajura.

já escorregou na lama,

jogou pedra em passarinho

já sentou meio tristinho

depois duma boa piaba.

Ou depois que furou o pé

em toco escondidinho

la no quintal do vizinho

roubando cana ou goiaba.

ascendeu cachimbo pra a avó

mas tirou uma tragada

dormuiu de barriga inchada

por que comeu milho quente.

arrastou lodo no rio

bebeu agua de lagoa

já escondeu na taboa

pra ouvir fuxico de gente.

montou em jegue de bruacas

foi à missa de ano em ano

Com a única roupa de pano

Que foi do irmão que engordou

Lá na casa de farinha

que mais parecia festa

cabo de rodo na testa

com certeza já levou.

Buscou xicara de açucar

ou mesmo pó de café

já trouxe sal na colher

lá da vizinha emprestado

Buscou agua de barril

já andou no cassuá

comeu carne de preá

e sarue muquiado.

já andou de bicicleta

por dentro da roda central

já fez cavalo de pau

e foi chamado jeitoso.

comeu torresmo com farinha,

ovo frito com andu

e já sarou dum calundu

Com galho de fedegoso.

Valdir Prudencio.

Valdir Prudêncio dos Santos
Enviado por Valdir Prudêncio dos Santos em 21/03/2021
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