O VALOR DA VIRGINDADE PARA O MUNDO PATRIARCAL
AUTOR: JOEL MARINHO
 

 
Esse fato é absurdo
Que até parece piada
Talvez diga, é “invenção”
Inocente, sabe de nada
Isso era corriqueiro
Em outras épocas passadas.
 
Pela honra se matava
E as vezes também morria
Até Euclides da Cunha
Foi entrar nessa porfia
Além de levar um chifre
Foi enterrado no outro dia.
 
Dizia o velho zangado
Não creio no que vocês dizem
Minha filha é de respeito
Além de bonita é virgem
Suas cobras venenosas
Parem de causar vertigem.
 
E queria provar o fato
Que o causara muito mal
Levou a pobre donzela
Ao primeiro hospital
Para o médico examinar
Se havia “perda total”.
 
Pois o “cabaço” era honra
A “chave” do casamento
A mulher “descabaçada”
Só trazia sofrimento
Levava alcunha de puta
E apanha igual jumento.
 
Depois de quase uma hora
Ele estava impaciente
O médico apareceu
Com um olhar de contente
Dizendo pode entrar
Que o papo vai ser quente.
 
O velho tremia as pernas
Igual bambu com o vento
Deixaram a moça lá fora
Perdida em seus pensamentos
Dizia ele, doutor
Me arranca esse sofrimento!
 
O doutor meio sarcástico
Soltou aquele sorriso
E disse, acalme senhor
Não há nenhum prejuízo
A menina ainda é virgem,
Mas vou lhe dar um aviso.
 
Tenha bastante cuidado
Se não a “gavião” bica
Porque ela ainda é virgem,
Porém vou lhe dar a dica
Em todo o lado que vi
Existem rastro de p...
 
Por isso tome cuidado
Que o gavião vai voltar
Então siga meu conselho
E cuide de arrumar
Um rapaz que tenha posse
Para sua filha casar.
 
Ele então se debruçou
A procurar um marido
Ideal pra sua filha
E espantar os pervertidos
Não demorou muito tempo
Arranjaram um casamento
E acabou o mal entendido.
FIM, ASSIM ESPERO!