"O AMOR É COISA ESTRANHA".

Quero aqui descrever,

A estranheza do amor,

Que invade a todo ser,

Sem critério e sem pudor,

Entra sem pedir licença,

E comete imprudência,

Não escolhe idade ou cor.

Imponderado é o coração,

Quando está enamorado,

Com a veemência do amor,

Conquanto despreparado,

Faz coisa extravagante,

Sem escolher o instante,

Pra provar do resultado.

Assim o amor caminha,

Sem rumo e sem direção,

Vai acometendo o homem,

Sem nenhuma apelação,

Entra e vai logo mandando,

Pouco apouco dominando,

Juntas, medula e tendão.

O sujeito com tal dom,

Fica esperto e corajoso,

Vai até onde não quer,

O durão fica manhoso.

De mofino a encorajado,

O lento fica apressado,

Pacatos ficam teimosos.

O amor é assim mesmo,

Dissimulado e faceiro,

Deixa o valente medroso,

Pasmo vira aventureiro,

Faz do calado eloquente,

O manso fica valente,

Com esse ser verdadeiro.

O coração se enamora,

Com a chegada do amor,

Quem está alegre chora,

Quem é calmo sente dor,

Em renascida esperança,

Adultos viram crianças,

Louco se faz pensador.

Não dá para ser o mesmo,

Se o tal de amor chegar,

Vira tudo do avesso,

Muda tudo de lugar,

Velho vira adolescente,

Quem é são fica doente,

Com medo de se curar.

É desse jeito que fica,

As pessoas nessa vida,

Quando esse ser se vai,

Sem cortar deixa feridas,

O que andava apressado,

Fica triste acabrunhado,

E em casa fica perdida.

Então vai fazendo estragos,

Tirando todo o sossego,

Corre por nossas entranhas,

Vai desvendando segredos,

Faz na mente confusão,

Na cabeça um turbilhão,

Deixa o mofina sem medo.

Ninguém consegue esconder,

Quando o amor acontece,

Vai enchendo cada espaço,

Até o deserto floresce,

Leva assim tudo de eito,

Causa até a dor no peito,

O pensador enlouquece.

Ainda tem muita gente,

Que no amor não acredita,

Embora por ele tomado,

Escreva as frases bonitas,

Diga coisas inconscientes,

Faça gago cantar repente,

E acanhado fazer fita.

Fui moço hoje sou velho,

Vi de tudo nessa vida,

Sei que há muito mistério,

E muita chance perdida,

Mas o amor é diferente,

Faz do rude inteligente,

A vagar sem ter guarida.

Conheci um camarada,

Que se julgava durão,

O cupido lhe acertou,

Demonstrou-se sem ação,

Ficou todo abestalhado,

Andando desengonçado,

Valente igual Lampeão.

Assim pensando no amor,

Com todas as suas facetas,

Que chega e domina tudo,

Sem arrodeio ou mutreta,

Mais valioso que o ouro,

Na vida o maior tesouro,

Não trás bula nem receita,

Quando se vai causa dor,

Mesmo sem ter ferimento,

Assim as fases do amor,

Só esperando o momento,

Os olhos ficam molhados,

Corações ficam apertados,

E age de fora pra dentro.

Somente o ser sem noção,

Vai disso aqui discordar,

Ou então se o coração,

Em uma rocha se tornar,

Pois esse ser tão incrível,

De cada coisa impossível,

Faz quem não fala falar.

Quanto mais durar a vida,

Mais coisa estranha se ver,

Em se tratando de amor,

Que não se pode entender,

Quando invade o coração,

Sem aceitar concessão,

Que não se pode esconder.

Ferve mais do que vulcão,

Coração cheio de amor,

Mesmo sem poder se ver,

Se ele tem cheiro ou sabor,

Dizem até ser uma flor roxa,

Nascida no coração do trocha,

Mesmo que argucioso for.

Cosme Barroso Araújo.

09/05/2021.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 09/05/2021
Reeditado em 09/05/2021
Código do texto: T7251824
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