Pajada ao colorado

Eu, colorado nascido

da própria essência do povo,

clube velho, sempre novo,

que, quando pensam vencido,

volta rejuvenescido

Dentro de um halo de glória;

colorado, cuja História,

legendária e delirante,

tem sido sempre a constante

de grandeza e de vitória !

Eu contemplo emocionado

o velho Internacional,

qual um pássaro bagual

de topete colorado,

cujo glorioso passado

me provoca um arrepio

e vejo, num desafio

de desassombro e carinho,

sentado e fazendo o ninho

sob a barranca do rio !

Que Deus bendiga este pano

venerado em toda parte;

este glorioso estandarte

do velho pago pampiano,

que o povoeiro campechano,

do ministro ao engraxate,

do índio que toma mate,

do soldado à criança arteira,

fizeram como bandeira

de carinho e de combate !

Colorado que destila

emoções por onde passa;

quando essa bandeira esvoaça,

o teu povo se perfila;

parece, quando desfila

no gramado, uma centelha;

e a gente quase se ajoelha,

meu velho Internacional,

ante a atração sem igual

desta jaqueta vermelha!

Pela sua vida inteira

e no seu viver diário

Colorado é do operário,

do peão, da lavadeira,

do artista, da cozinheira,

do empregado e do patrão.

Colorado é coração

que bate no gabinete,

que bate no palacete,

na caserna e no galpão . . .

Jayme Caetano Braun
Enviado por Carlos Alê em 29/09/2021
Código do texto: T7352868
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