COMO ERA LINDA A PRIMAVERA

Primavera está chegando

A passarada se assanhando

E as parceiras procurando

Pra formarem os casais

Saíra de sete cores

Gaturamas e beija-flores

E os tangarás sedutores

Dançam pra espantar os rivais

E no telhado o canário

No alto do campanário

Abrilhanta mais o cenário

Com seu canto estridente

Faz seu ninho no telhado

Com fio selecionado

E capricha no trinado

Para atrair a nubente

E no pomar a rolinha

Constrói a sua casinha

Uma casa simplesinha

Igual a do siriri

E no cacho da bananeira

Com sua pose altaneira

Cortejando a companheira

Canta alegre o bem-te-vi

Quero quero no gramado

com tico tico ao seu lado

Fazem o ninho camuflado

Procurando proteção

Se acaso são ameaçados

Tico tico foge assustado

E o quero quero exaltado

Reage com agressão

Sabiás na laranjeira

Cantam a primavera inteira

Preta branca parda e coleira

Com tiés e sanhaçus

E aguardando o nascimento

Dos seus pequenos rebentos

Com seu ninho ao relento

Também chocam os urubus

Na mata densa a aracuã

Na capoeira a picuã

E no banhado a jaçanã

Vão cumprindo suas missões

De protegerem suas crias

Dia e noite noite e dia

Das noites longas e frias

Das corujas e gaviões

E la no poste a andorinha

Disputa com a tesourinha

Uma pequena casinha

Que ja fora abandonada

Que ao João de barro pertencia

Mas a tempos estava vazia

Pois ele não mais queria

Aquela antiga morada

As corruíras e os pardais

Se aninham la nos beirais

Nos telhões e nos portais

Seguidas pelos dos chupins

E o beija flor organizado

Faz seu ninho delicado

Com material retirado

Das folhagens dos xaxins

O pica-pau e o tucano Açu

No oco do guarapuvu

E no silvado o anu

Constroem as suas moradas

E com medo das suindaras

Cambacicas e juviaras

fazem ninhos nas taquaras

Totalmente camufladas

O periquito o tiriba e a gralha

O vira bosta e o rasga mortalha

A saracura é o rabo de palha

A baitaca a aninha e o tiziu

O sem fim e o jacu Guaçu

O puim tucaninho e uru

O macuco a garça e o inambu

Ninguém ouve mais o pio

O trinca ferro o azulão e a sairinha

O pintassilgo e o coleirinha

A araponga e a espiguinha

Amargam em suas prisões

E o curió de canto apurado

Hoje só é encontrado

Por criadores credenciados

De grandes corporações

O frango dgua o marreco e o biguá

A trepadeira e o surucuá

O colhereiro e o guará

Faziam parte deste cenário

Onde se ouviam os jaós

Os chitões e os chororós

O Martin pescador e os socós

Embelezavam o santuário

Eu tenho preocupação

Com a fauna da região

E falo de coração

Sou amante da natureza

Mas a ganância e a exploração

As queimadas e a devastação

Estão levando a extinção

A nossa maior riqueza

Por isso te peço doutor

Faça como o beija flor

Que em bombeiro se transformou

Para salvar a floresta

É um exemplo a ser seguido

Por nós seres ( instruídos )

Sejamos fortes e unidos

Pra salvar o que ainda resta

FIM

Pedrão Cordelista
Enviado por Pedrão Cordelista em 29/09/2021
Reeditado em 29/09/2021
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