Respondenu para a sabiazinha

Adoro eça linguage

Eça que ancê iscreveu

Cê sabe bem quanto eu

Até te faço u’a omenage

Digo aqui de passage

Tu é u’a matuta de sabença

Das palavra tem ciença

Iscreve carta i biete

Sabe iscondê o leite

Cum eça sua inteligênça.

Dispois qui foi aparecê

As paraibóicas na roça

Cum nuvidade na paioça

De geladera e anté TV

Pra as nutiça pudé tê,

E as image disso e daquilo

As moda cuns us istilo

Di sigunda inté a sexta

Num tem mai matuto besta

Ele agora ta tronquilo!

É cum mutio prazê

Qui a ti arrespondo

As tuas orde me pondo

Para o qui querê sabê

Digo para vosmicê

Tudim qui me priguntá

Digo no meu naturá

E no meu palavriado

Tudo qui tenho istudado

Cê tombém istudou iguá.

Adiquirí minha sabênça

Labutano neça lida

Pruquê neça minha vida

Adiquirí a inteligênça

Basiado ni minha crênça

De cê bom arrespeitadô

Tratano as pêçoa cum amô.

Nas istrada qui andei

Nunca eça coisa achei

U tá deproma de dotô.

Proziano cum um dotô?

Me acho qui tu num tá!

Sou do tipo originá

Tombém um matuto sô

Nessa cidade sei qui tô

Mas é cronta a vontade

Aqui tem mutia mardade

Quiria memo é ta na roça

Imbaxo de minha paioça

Curtino u’a filicidade.

Os povo aqui só polui

Êçes fi d’uma num sei o quê

Ói eu conto pra vosmicê

São uns bando de satanais

É coisa qui num se fáis

Onde é qui já se viu!

Elis anda sujano os rio

Dizeno qui é o pogréço

Mas iço e mutio preveço

São mêmo é um bando de vil.

Sabe matuta sabida

Qui mora na zona rurá

Esse seu jeito de falá

Mutio aléga minha vida

Neças andança a lida

Mutio me incinô.

Em cada canto qui vô

Sempre falo de ancê

Eu digo é pra ocê sabê

Da aligria qui eu tô.

Num tô te dano castigo

Nessa noça cordelança

É qui eça noça dança

Pricisa de ter abrigo

Pois pode corrê pirigo

Da priguiça incostá

Intonce pra amiorá

Logo qui tu arrecebê

Trata logo de arrespondê

Para os paço se acertá.

Nóis adiquere sabença

È ni cada trabaio fêtio

Tudo só fica perfêtio

Ancim diz a ciênça

Pra nois tê isperiênça

Cada veiz qui a gente fáis

É qui a gente aprende mais.

Intonce tu num pode pará

E jogano a priguiça pra lá

A nóis dois só sastifais.

Tô cuntigo cuncordano

Neça quintura danada

Niço inté as quemada

Qui os mato vai quemano

Fáis as fumaça i subino

E pra donde tá ino?

Vai subino sem pará

Pra bem mai isquentá

E mudá nóço distino.

Nóço distino é pená

Nas garra do pogréço

Esse troço prevéço

Qui a todos qué matá

I tudim sem interrá.

Ta mudano as estação

Ta fazeno frio no verão

E quintura no inverno

Qui a vida vira um inferno

Sem os home jeito dá.

As fábrica sorta fumaça

Os carro no chão tombém

Nacê na terra num cunvém

Pois ela tá uma disgraça

E num vejo nação qui faça

Esse quadro arrevertê

Pra mode nois sobrevivê

Só Deus pode ajudá

Mandá os qui pólui pagá

Tudim o qui merecê.

Us Istado Zunido num qué

Fazê parte do dicreto

Qui diminói o gáis de certo

Mas elis só fais aranzé

Neça questão num é fié

Pença ni sua icunumia

Sortano gáis todo dia

Qui fédi iguá certa bufa

Mexe cum efêtio istufa

Omentano a caluria.

Os home tão se distruino

Já tem cânce apareceno

Nas criança nasceno.

Eu condo era minino

Via meu vô Belarmino

Dizê pra seu Remundo

Qui era no fim do mundo

Qui tudo ia aparecê.

Ta tudo aí pra nois vê

Os malis qui ta imundo.

Temo mutio qui rezá

Cada quá na sua crença

E eça é a sabença

Qui di minha mãe fui erdá

Temo qui o mundo cuncertá

Mutia árvore i prantano

Saí pur aí tudo limpano

E vencê tombém o disafio

De nois limpá os rio

Pra num cê um disumano.

Eu penço qui só ançim

Eçe mundo será mió

Vou cumeçá por mim

Dano na sujeira um fim.

E num vou fica só

Vou xamá os povo das rua

Pra qui a luta cuntinua

Qui é para o nóço praneta

Ficá bunito i porreta

Iguá o mundo da lua.

Eu na visão istudada

Já tô veno acuntecê

A natureza cê podi vê

Ta ficano revortada

Aumentô as truvuada

E os tufão apareceno

No Brasí ocêis tão veno

Mutia coisa acunteceno

E digo pra vosmicê

É a natureza devorveno.

E em cada agreção

Qui nóis fais cum a natureza

Eu te digo cum franqueza

Qui né cunverça fiada não

Nois vamo vê meus irimão

A natureza nos cobrá

Cu’as tempestade de daná

Já tamo veno tornado

Aqui já pru nóço lado

Fazeno tudim revirá.

Minha vovó já dizia

U qui se pranta se coile

E a coieta num é mole

Pra o mal simiado no dia

Acaba cum toda uma aligria

Pra quem num sôbe prantá.

Devemo inton biservá

E prantá boa simente

Pra que a natureza, da gente...

Num vêiã nos cobrá.

sabiadamata
Enviado por sabiadamata em 14/11/2007
Reeditado em 14/11/2007
Código do texto: T737216