VELHAS E BELAS FESTAS JUNINAS!!!

1

Antigas noites de São João,

Fogueiras acesas e brasas,

Bolos, canjica e o quentão,

Forró nas frentes das casas,

Os Pais os filhos e a família,

E todos na mesma partilha,

Soltando foguetes sem asas

2

Milho assado nas fogueiras,

As batatas na cinza quente,

Não existia churrasqueiras,

Tudo era mesmo diferente,

Num espeto de pau a leitoa,

Assando na fogueira de boa,

Aguçando a fome da gente.

3

Para animar mais a festança,

Naquelas noites de São João,

Forró bom com muita dança,

Luz da fogueira e do lampião,

Na sala só a luz do candeeiro,

E lá fora um povo forrozeiro,

Levantando a poeira do chão.

4

A latada para dançar o forró,

Zabumba, triângulo, sanfonas,

Era uma das festas mais mió,

Vovô e o vovó nas poltronas,

Verdadeiro forró pé de serra,

Som do povo da nossa terra,

Moças forrozeiras bonitonas,

5

O povo todo era dali mesmo.

Tocadores da mesma região,

Que não se sentiam a esmo,

Tocando o som de gonzagão

Forró animado e quadrilhas,

Alegrando todas as famílias,

Sem a moderna sofisticação.

6

Mas o tempo se foi depressa,

Modificando a velha tradição,

No forró, carnaval, e seresta,

Nas belas noites de São João,

Que fizeram tantos sucessos,

Sem tantos custos e excessos,

Sem o luxo da modernização.

7

Tiraram a festa dos terreiros

Para fazer o forró nas praças,

Incluindo novos sanfoneiros,

Nas novas bandas de massas,

Que tocavam para multidões,

Sobre palcos entre os telões,

E com outras luzes e fumaças.

8

Sei que tudo passa a fila anda,

Mas não cortem a da cultura,

Forró não carece só de banda,

Tem compasso certo e altura.

A cultura a arte e a tradição,

Não galopam na contra mão,

E nem aceitam esta mistura!

9

Artistas aguçam sentimentos,

Do povo e de toda sociedade,

E registram comportamentos,

Nas artes com tal fidelidade,

Uns nem queriam mudanças,

Das velhas e belas festanças,

Com tradição e simplicidade.

10

Parabéns para os forrozeiros,

Bons artistas deste nordeste,

Os que tocaram nos terreiros,

Para antigos cabras da peste,

E os que tocam neste sertão,

Novo São Pedro e o São João,

Na capital, litoral e no agreste.

11

Mas surgem novas mudanças,

Para o forró e a alma do povo,

O universo pede outras danças,

No estilo velho, jovem e novo,

Para que todos façamos parte,

Da nova cultura e da nova arte,

Ordem do santo que eu louvo!

12

Vamos cantar os novos cantos,

Buscar encantos na primavera,

E homenagear todos os santos,

Dançando o forró da nova era,

Um gole de licor de genipapo,

Só para adocicar mais o papo,

Pois a nova luz já nos espera!

Recebam novas homenagens,

Santo Antônio, João e Pedro,

Com elas nossas mensagens,

E o nosso amor, sem segredo.

Fazer fumaça e matar leitoa,

Não é mais uma atitude boa,

O universo não é brinquedo!