O FIM DO MUNDO

Desde a minha tenra infância

Falavam do fim do mundo

Jesus descendo em cavalo

E um estrondo profundo

E o fogo do pavio

Vinha no ano dois mil

Destruição em segundos.

 

Eu olhava para o céu

Pra ver o fogo cair

Porém só caia chuva

E eu voltava a dormir

Vivia em grande medo

Nos meus sonhos o segredo

Eu via Jesus sorrir.

 

Diziam que vinha a peste

A peste sempre existiu

A fome com cara feia

Essa desgraça me viu

A guerra desde que os homens

Começaram a sentir fome

Fizeram espada e fuzil.

 

Outra que aqui sempre esteve

Foi a perversa da morte

E dela ninguém escapa

Essa miserável é forte

Mata velho, branco e preto

Com ela eu não me meto

Não vou duvidar da sorte.

 

As grandes alegorias

As quais eu fui ensinado

Com o tempo percebi

Que era papo furado

Que o mundo vai acabar

Jamais irei duvidar

Porém sem esse babado.

 

A morte vem de Ferrari

Da cor preta e blindada

Já vem de fuzil na mão

Foi a foice aposentada

A morte jamais se cala

Tudo resolve na bala

Essa maldita danada!

 

Mata de vírus e de fome

Como sempre aconteceu

E Jesus no seu cavalo

Até hoje não desceu

Hoje não tenho mais medo

Só quero saber do segredo

Quando chegar o fim meu.

 

O vírus vem de avião

A guerra mata mais gente

A terra já não aguenta

E balança de repente,

Pois pela ação do homem

Tudo num buraco some

Pra renascer novamente.

 

Enquanto isso ficamos

Esperando por Jesus

Eu não duvido de nada

Estou esperando a luz

Porém as alegorias

Entra de forma vazia

No que minha mente produz.

 

Quem acredita, legal

Também tem o meu respeito

Cada um com sua vida

Todos vivam ao seu jeito

Com ou sem religião,

Mas que haja a comunhão

Pois todos temos defeitos.

JOEL MARINHO