MINEIRIDADES

Eu sou mineiro da gema e faço desse poema

A minha mineiridade.

Eu nasci num grotão da montanha

Que o forasteiro da Itália batizou de Peçanha.

Eu sou também do serrado, antes terras sem valor

Não vingava a plantação,

Mas veio a foice e o arado e o sal que corrige o chão,

E encheu nossos silos de soja, de milho e de feijão.

Subindo o velho Chico, chequei ao norte de Minas,

Onde claros são os montes

É um calor infernal,

Na margem esquerda do rio tem Manga

e gente com eira e com beira, tem a família Bandeira

de forte tradição.

Eu sou da terra do queijo, do leite e do café,

É tudo que o mineiro gosta, depois das nossas “muié.”

Aqui nossas praias são nos rios, cachoeiras e encantos mil

Mas é subindo as montanhas que tenho a melhor visão,

E se a lua bobear eu alcanço ela com a mão.

Aqui o Juíz é de Fora, a cidade é Viçosa e a zona é da mata,

Tem triângulo no mapa onde o gado é zebu

No sertão tem Veredas de Rosa

Tem uma santa em Vazante que reside na Lapa.

Aqui o horizonte é belo e o curral é na Serra

E a beleza encerra o que é magistral.

Nosso ouro é escravo e é preto onde Antônio Lisboa deixou sua arte

Que o mundo inteiro admira,

O minério nos deu o poeta, nas terras de Itabira.

Como todo bom mineiro, deixei o melhor para o final,

O melhor de Minas é seu povo, no Brasil não há outro igual,

É melhor do que o minério de ferro que brota aqui nesse chão,

Só não é maior que o orgulho de quem nasce no Serro

Onde pulsa o meu coração!

Renato César Nunes Paes
Enviado por Renato César Nunes Paes em 30/03/2022
Reeditado em 02/04/2022
Código do texto: T7484114
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