Com fome de que?

Nunca bote fogo na paiada

Espanca a natureza, pisa boiada

Corre os bichos pela mata

Escorre as lágrimas da cachoeira

Queima pau seco, na capoeira

Morre o bicho vivo, morre aroeira

Perde o homem, perde a figueira

De queimada, morte inteira na debandada,

A guerra contra o fogo

Os bichos correm para água.

Salve se quem puder

Quem puder que ajude

Nunca inspire amiúde

Essa fumaça tamanha

Mata a paca, mata a aranha

Pedi chuva, o sertanejo chora

Tenta nunca ir embora

Deixar essa terra Brasilis

Pra qualquer jean willis

Deixa de tolice cabra safado

Sai do serrado, vai pra planície

Deixa a paiada molhada

Toda terra cultivada

Pro plantio preparada

A terra, semente com adubo

O agro que é o forte do alimento

Nutre aldeia, o gado e o mundo

Ser humano desatento

Desarruma a mãe terra amada

Do hino mãe gentil

Filho desordeiro inadequado

Atrapalha o ciclo, a roda da vida

E o progresso, a fome, mata a mata.

Roberto F Storti
Enviado por Roberto F Storti em 02/05/2022
Código do texto: T7507805
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.