No varal da Rua Pamplona...

Nunca imaginei escrevendo,

Sobre um utilitario varal,

Uma simples corda estendida,

Fixada nos muros do quintal.

Um fio esticado em um vão,

Com roupas que vêm e vão,

A dinâmica do bem e do mal.

*

São roupas brancas, coloridas,

Penduradas ao sol e ao vento,

Úmidas, molhadas ou secas,

Sempre expostas ao relento.

Algo normal no sol do verão,

Mas que incomoda o coração,

Cujo tempo passa mais lento.

*

Varal, se pudesse desatá-lo,

De onde permanece fixado,

Seria um sinal do ir embora,

De roupas e panos guardados,

Varal vazio requer despedida,

De quem parte, rumo a vida,

A atar outros desembaraços.

São Paulo, 07 de Março 2022.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 27/06/2022
Reeditado em 27/06/2022
Código do texto: T7546870
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