O GALO DESTRAMBELHADO
Tabaréu foi pra cidade
Achou que lá podia cantar
Do jeito que era na roça
Que podia se esguelhar
O coitado se deu mal
Foi obrigado a se calar.
Com seu topete emplumado
Acordava de manhãzinha
Ficava impaciente
Cutucava a galinha
Que no seu cocoricó
Despertava a vizinha.
Sem dar corda no despertador
O galo muito triste dizia
Quero voltar pra roça
Preciso despertar o dia
Essa é a minha função
Perdi a minha alegria.
Nem vontade sentia
De sair do seu poleiro
Sentia tanta saudade
De ciscar pelo terreiro
Melhor ficar por ali
E dormir o tempo inteiro.
Até as penas perdiam a cor
Não usava sua espora
A crista andava caída
Não saia mais lá fora
Vida de galo era na roça
E resolveu ir embora.
Autora- Irá Rodrigues