ZÉ PREÁ COM MEDO DE INJEÇÃO
ZÉ PREÁ COM MEDO DE INJEÇÃO
Zé Preá tá entocado
De molho, todo quebrado
Sem poder se levantar
Disse ele, ser virose
Mas, que dele não se aposse
O vírus que traz a tosse
Pra depois lhe exterminar
Disse que bebeu cachaça
Com mel de Uruçu
Tomou chá de capim santo
E lambedor de cumarú
Mesmo assim está derrubado
Com o ouvido apostemado
E moco feito um tejú
Disse ele, estar com febre
Sentindo palpitação
Rezou pra São Benedito
E pra São Sebastião
Pra ficar bom do cansaço
Mas na bunda ou braço
Ninguém lhe dá injeção
Ele tá de perna bamba
Confuso e debilitado
Já sentiu câimbra na língua
Olha aí o resultado
Disse eu, não ser virose
Mas se for uma fibrose
Esse "nego" está lascado
Mesmo sendo, ele forte
Tem que estar de quarentena
Tal qual, faz uma hiena
Na hora que vai caçar
O vírus é poderoso
Deixa qualquer um teimoso
Vários dias sem andar
Creio eu, não estar errado
Pra ninguém vir me julgar
Mas viver, preso isolado
Feito um mártir condenado
O melhor mesmo é rezar
Assim como faz o Papa
Para essa peste passar