ZÉ PREÁ COM MEDO DE INJEÇÃO

ZÉ PREÁ COM MEDO DE INJEÇÃO

Zé Preá tá entocado

De molho, todo quebrado

Sem poder se levantar

Disse ele, ser virose

Mas, que dele não se aposse

O vírus que traz a tosse

Pra depois lhe exterminar

Disse que bebeu cachaça

Com mel de Uruçu

Tomou chá de capim santo

E lambedor de cumarú

Mesmo assim está derrubado

Com o ouvido apostemado

E moco feito um tejú

Disse ele, estar com febre

Sentindo palpitação

Rezou pra São Benedito

E pra São Sebastião

Pra ficar bom do cansaço

Mas na bunda ou braço

Ninguém lhe dá injeção

Ele tá de perna bamba

Confuso e debilitado

Já sentiu câimbra na língua

Olha aí o resultado

Disse eu, não ser virose

Mas se for uma fibrose

Esse "nego" está lascado

Mesmo sendo, ele forte

Tem que estar de quarentena

Tal qual, faz uma hiena

Na hora que vai caçar

O vírus é poderoso

Deixa qualquer um teimoso

Vários dias sem andar

Creio eu, não estar errado

Pra ninguém vir me julgar

Mas viver, preso isolado

Feito um mártir condenado

O melhor mesmo é rezar

Assim como faz o Papa

Para essa peste passar

Veriano Dias
Enviado por Veriano Dias em 05/07/2022
Código do texto: T7552966
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