FOGÃO DE LENHA EM CASA SEM MURO

 

NO ESCURO EM CASAS SEM MUROS

 

Sonhando retornei-me ao passado nas asas do vento

Perdido no meio do nada voando sem rumo ao relento

Era madrugada ainda no advento ao nascer do sol 

Encantadora e linda com sua bela cor de maçã

Sobre a franja do infinito surgiu aurora e seu arrebol

Levando-me de volta ao passado da minha história

 

Fui de encontro aos meus tempos de outrora

Nossas casas sem muros dormindo no escuro

Quando o sol e o luar marcavam as horas

Quantas lembranças desse mundo caipira

Meu colchão de palha rasgada em tiras

Num catre de madeira trançado de embiras

 

Em noite sem luar céu encoberto total escuridão

Sem nada a temer nenhum mal não tinha ladrão

Nas portas e janelas umas simples tramelas

Despreocupados às vezes cansado janelas abertas

Sem qualquer maldade ou traições secretas

Eram noites tranquilas sem nenhuma vigília

 

Ao amanhecer o café da manhã com rapadura

Às vezes enfumaçada no picumã, um tanto dura

Sobre a fumaça do tição nas trempes do fogão

Genial maneira de conservar sem geladeira

Por mais que o avanço tecnológico venha

Jamais esquecerei de ti oh fogão de lenha

 

Mas  isso ficou no passado com  sabor de adeus

São quimeras do ontem dos sonhos meus

São arquivos que agora nas gavetas da mente

Revividos  in  memória   machucando a gente

Minhalma  lamenta e chora nessa  saudade de outrora 

 Espargindo  ao vento minhas lágrimas na  história  ! 

 

 

obs: (Imagemdo Glogle)

 

 

 

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 15/08/2022
Reeditado em 05/09/2022
Código do texto: T7582753
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