Um Malandro sem sucesso

Viver com honestidade

Ao ser humano faz bem

E a quem está ao seu lado

Grande investimento vem

O que edifica um homem

É o valor que ele tem

Essa singela história

Tem desfeche interessante

Pois conta a trajetória

De um homem desafiante

Que transforma a sua vida

Em algo bem degradante

Iniciava o seu dia

Já no estilo trapaça

Ia à cafeteria

Ali chegava com graça

Aquele homem nefando

Se enchia de cachaça

Apontava os defeitos

Para tudo que comprava

Dizia: - está azedo!

E em voz alta gritava

O dono do restaurante

Sua conta perdoava

Quando ia para a missa

Chegava bem atrasado

Entrava na sacristia

Tomava vinho sagrado

Comungava caladinho

Sem ali ter confessado.

Ele ia ao supermercado

Na cara de pau comprava

Mas no dia de pagar

O vendedor lhe cobrava

Pois ele na cara lisa

Dizia que não lembrava

Em uma concessionária

Escolhia o melhor carro,

Mostrava os documentos

Pedia crédito bizarro ,

No conversível saía

Ainda fazia sarro .

A sua esposa sofria

Pois ele muito aprontava

Jogava charme dizia

Que sozinho não andava.

Muita farra mordomia

A mulherada pirava.

Frequentava muitas festas

Vivia sempre arrumado,

E nos melhores lugares

Camarotes reservado ,

Whisky bons, tira gostos,

Tudo selecionado.

Grandes mansões luxuosas

Na máfia adquiria

Mesmo ali não demorando

Muito bem se divertia

Sua lábia de malandro

Sempre um tolo atraía.

Um grande aventureiro

É o que podemos chamar,

Nada concreto havia ,

Nem esforço a conquistar

É como diz o ditado

‘’Vivia para enganar’’.

Porém o tempo passando

E a conta um dia chegou,

Na sua vida pregressa

Roubou e trapaceou

Recebeu os resultados

Das ações que ele plantou .

Os seus supostos amigos

Não lhe conheceram mais

Procurou buscar abrigo

Com Filhos , irmãos, e pais

Pois por ele rejeitado,

Frutos dos seus ideais.

Tudo que adquiriu

E achava que era seu ,

Os credores confiscaram

Em débitos que concebeu,

Vivendo embriagado

Revoltado enlouqueceu .

Ganância e vaidade ,

Solidão fez companhia

Noites e dias sombrios ,

No peito só agonia ,

Julgava ser importante

Já não tinha mais valia

Na casa desolação

Da Limpeza não cuidou

A higiene corporal

Ele também descuidou ,

Cada vez a agonia

Na vida dele aumentou

Ficou desmoralizado

Na solidão pereceu

Pensamentos turbulentos

Semanalmente sofreu ,

Sem os bens materiais ,

Pois nada mais era seu .

Precisamos nessa vida

Procurar viver na linha

Procurando cada dia

Repensar como caminha ,

Porque ações mal vividas

Torna a lida mesquinha .

Aquele homem errante

Nunca pensou em progresso ,

Deus com infinito amor

Cuidará do seu regresso ,

Registrando em seu livro

Um malandro sem sucesso.