Marujo Poeta

Ilhas cheias de perigo

onde ninguém é teu amigo

Todos te veem como inimigo

Se dúvida, viaje comigo

Cercados por mares nunca antes navegados

Por mim foi atravessado

Diversas aventuras vivi

Em terríveis condições me meti

Um homem peludo fazia um discurso cabeludo

tornando o ambiente sombrio

O povo perplexo ficou paralisado ouvindo tudo

Não havia dentro deles nenhum brio

Todos ali eram cegos, mas

o homem peludo tinha apenas um olho só

Após o discurso transformou-se em serpente

e devorou todos ali sem dó

Por sorte consegui escapar

mas, um homem velho de terno e gravata

apoiou-se em minhas costas

e não queria se desgarrar

Já que ele não quis descer

andei de ré até a árvore de aparência horrenda

e comecei as costas bater

Do velho me livrei, mas fiquei com uma dor nas costas tremenda

Em seguida, dei de cara com uma manada de elefantes

e um deles, o chefe da manada gritou:

Nenhum ser humano esteve aqui antes

por isso vamos te esmagar, avante elefantes!

Corri e entrei no mar começando a nadar

Em seguida começou a tempestade

e medo tive de me afogar

O mar me engoliu e me cuspiu de volta para cidade

Depois dessa, jurei nunca mais navegar

Algum tempo depois, estava querendo voltar

O poeta é como Simbá que não vive longe do mar

também não consegue parar de escrever e declamar.

(2022)