CORDEL - As Copas do Mundo - 26.09.2022 (PRL)

 

 

 

CORDEL – As Copas do Mundo – 26.09.2022 (PRL)

 

 

 

De 1930 a 2022

 

 

(01)

Mil novecentos e trinta

Começou lá no Uruguai

Que ninguém aqui desminta

Se a memória não me trai

A grande Copa do Mundo

Onde o Brasil disputou

Com um esforço profundo

O Uruguai foi vencedor

(02)

Foi um trabalho fecundo

Disputaram treze times

O Brasil foi moribundo

Mas só dois foram sublimes

Só Uruguai e Argentina

Demonstraram muita bola

Mas também muita botina

Tá guardado na cachola

(03)

Quatro a dois pros Uruguaios

Jogo duro e complicado

Muita chuva e muitos raios

Mas muito movimentado

Jules Rimet foi a Taça

Belo nome do troféu

Muita justiça se faça

Mas hoje ele está no céu

(04)

E depois veio a segunda (1934)

Disputada lá na Itália

Agora já tão profunda

O Brasil foi de sandália

Também não teve sucesso

Mas o Uruguai desistiu

Interrompendo o processo

Porém a Itália sorriu

(05)

E sem a garra uruguaia

A Tcheco foi pra final

Não era bem sua praia

Dois a um não foi tão mal

A Itália então ganhou

Com aquele seu “timão”

O Brasil não se aprumou

Foi tamanha decepção

(06)

A Copa de trinta e oito (1938)

Foi jogada lá na França

E seu time muito afoito

Logo perdeu a esperança

Foram Itália e Hungria

Pra decisão do “caneco”

Mas o Brasil, quem diria!

Foi o terceiro no treco

(07)

Bicampeã foi a Itália

Com quatro a dois na Hungria

Quem vibrou foi nossa Eulália

Era tudo o que queria

Dois timaços de valor

Os húngaros a surpresa

Jogaram bem sim senhor

Disso tenhamos certeza

(08)

Mas a grande novidade

Foi o melhor jogador

Leônidas, raridade (da Silva)

Diamante de valor (O Diamante Negro)

Para nós grande conquista

Augurando novos feitos

Deixando uma grande pista

Com todos nossos defeitos

(09)

Mas a de quarenta e dois (1942)

Quando da segunda guerra

Depois de muito pois, pois

Numa guinada se encerra

Mas então foi cancelada

Houve muita resistência

Seria muito arriscada

Valeu essa inteligência

(10)

Em quarenta e seis, também (1946)

Embora ao final da guerra

Quando o mundo disse Amém

A nova Copa se encerra

E ficou para cinquenta

Com sede em nosso Brasil

O Maracanã salienta

O nosso povo febril

(11)

E veio a convocação (1950)

Nosso time era o melhor

Inda lembro a escalação

Porque digo aqui de cor

Barbosa, Augusto e Juvenal

Bauer, Danilo e Bigode

Maneca, Zizinho, Ademir (Depois entrou Friaça no lugar de Maneca)

Jair e Chico em pagode

(12)

Ganhamos de jogo a jogo

Alguns até de goleada

Ponho minhas mãos no fogo

Pois time bom sempre agrada

Apenas houve um empate

Com Suíça dois a dois

Daí pra frente no engate

O ruim era depois

(13)

E chegamos na final

Diga com quem minha gente

O Uruguai é mal sinal

Nosso time competente

Um empate nos bastava

Para sermos campeões

A surpresa nos restava

Tomamos boas lições

(14)

O vestiário invadido

Antes do jogo final

Por político sabido

E gente estranha em geral

Prometendo mundo e fundo

Subir a renda mensal

Isso endoidou todo mundo

Até nisso fazem mal

(15)

O Maracanã lotado

Duzentos mil torcedores

A gritar por todo lado

Já somos os vencedores

Marcando o primeiro gol

Friaça, o ponta direita

Que, de logo, deu um show

Numa jogada perfeita

(16)

Com um a zero na frente

Seria só segurar

O domínio era patente

Não era para afrouxar

Então veio o tal empate

Com um gol de Schiaffino

Juiz falou não me mate

Por Deus, o nosso Divino

(17)

Ainda estava legal

Porém quebramos a cara

Tal de Ghiggia nos fez mal

Num cochilo, que não sara

Nossa defesa se abriu

E tomamos o segundo

Não é primeiro de abril

Perdeu-se a Copa do Mundo

(18)

O povão ficou sem graça

A tristeza foi geral

Gente tomando cachaça

Foi parar no hospital

Nossa imprensa criticou

O Assédio aos jogadores

Nossa Comissão pifou

Nos erros foram doutores

(19)

Bigode, grande ala esquerda

Era o mais duro da turma

Sua perna muito lerda

Quem sabe nunca mais durma

Passando por educado

Amansou suas jogadas

Dizem que fora o culpado

Jogando pelas beiradas

(20)

E veio cinquenta e quatro (1954)

Disputada na Suíça

Fizeram grande teatro

O Brasil comeu linguiça

E não chegou na final

Teve a grande campeã

A Alemanha, genial

O seu time era tantã

(21)

Três a dois contra a Hungria

No final comemorou

Foi-se embora a tal magia

Que esse bom time encantou

Teve o astro Beckenbauer

Que jogava bem demais

O capitão da Alemanha

De braço doente jogou

(22)

O Brasil ficou em sexto

No apurado geral

Seguimos com nosso texto

Desculpe, pois sou mortal

Se houver falha me perdoe

O tema é vasto o bastante

Se a verdade aqui não soe

Rogo o meu atenuante

(23)

A sexta Copa do Mundo (1958)

Foi jogada na Suécia

Nosso time foi rotundo

O Brasil fez peripécia

Pois um time de primeira

O treinador o Feóla

Começou na dianteira

Nós fizemos show de bola

(24)

O Brasil foi só encantos

Gilmar, De Sordi e Bellini (Bellini, capitão da seleção brasileira.

Com Orlando e Nilton Santos

Zito e Didi, jogo em cine

Mané, Pelé, Vavá e Zagallo (Mané é o Garrincha)

Maior esquadrão do mundo

Quando escrevo nunca calo

No futebol vou ao fundo

(25)

Houve apenas um empate

Zero a zero com Inglaterra

Muito lindo o tal combate

Mas bom cabrito não berra

Milagre ao goleiro inglês

Na cabeça do Pelé

Pois o gol ele não fez

Por Jesus de Nazaré

(26)

Essa Copa revelou

Grande Rei do futebol

O Pelé arrebatou

Guardou seu lugar ao sol

Um garoto com estrela

Mandado por outro Rei

Que luziu sua centelha

Com saudades eu fiquei

.

.

.

.

 

SilvaGusmão

 

Cordel iniciado em 26.09.2022, porém não finalizado, em face da enfermidade do autor. Mas será concluído antes da Copa de 2026.

 

Publicado por Georgegus.

ansilgus
Enviado por ansilgus em 15/11/2022
Código do texto: T7650663
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