“ DIALETOS BAIANO.”

A todos os filhos da Bahia,

Quero aqui pedir licença,

Para fazer esse cordel,

E espero ter competência,

Com prazer e muito afeto,

Narrando alguns dialetos,

Sem esperar recompensa.

Sabemos que cada estado,

De nossa enorme nação,

Além da língua oficial,

Por grande miscigenação,

Tem seus próprios dialetos,

Falados de forma direto,

Por tantos da população.

Tanto os soteropolitanos,

E os povos do interior,

Tem de fato os dialetos,

Que são de muito valor,

Dentro de suas culturas,

Que ilustram as figuras,

Desse povo inspirador.

Assim com esses dialetos,

Deixarei bem destacado,

Na linha de cada estrofe,

Vou deixá-los sublinhado,

Pra prender sua atenção,

Serão eles o meu refrão,

Desse cordel engraçado.

O primeiro muito usado,

É referente ao transporte,

Tendo um nome diferente,

Mas que serve de suporte,

Por lá seja norte ou sul,

O ônibus se chama BUZU,

Um dissílabo sem corte.

O próximo de vou citar,

É no tratamento pessoal,

Que filhos baianos usam,

Para as suas mães afinal,

Falado na Bahia inteirinha,

Trata-se mães por MAINHA,

O que eu acho bem legal.

Assim vou continuando,

No cordel dos dialetos,

Que no âmbito familiar,

Usado por filhos e netos,

Tenho aqui bem pertinho,

Alguém que chama PAINHO,

Seu pai por nome Roberto.

Esse próximo dialeto,

É referente a algum lugar,

Quanto a acontecimentos,

Ver-se enfim se perguntar,

Adverbio que não se esconde,

Pois isso aconteceu AONDE

É muito utilizado por lá.

Outro dialeto comum,

Em bolado por quem fez,

Traz referência a um pão,

Dos quais nós somos freguês,

Pois esse achei muito legal,

Por lá se chama PÃO DE SAL,

Ao gostoso pão francês.

Esse aqui é bem estranho,

Que se refere as bebidas,

Pois talvez tenha sido criado,

Pra não atravancar as vidas,

Pensando afogar as mágoas,

Lá dizem QUE COMER ÁGUA,

É a função dos cachaceiros.

Esse aqui são nas escolas,

Se não quiser não acredite,

Linguajar dos estudantes,

Onde seu uso se admite,

Verdades sem brincadeira,

Por lá a comum lapiseira,

Tem seu node de GRAFITE.

Esse outro é semelhante,

Mas já tem outro sentido,

A esse objeto cortantes,

Necessário e bem servido,

Não estou dizendo asneiras,

Lá chama-se de LAPISEIRA,

O apontador conhecido.

Esse sim é engraçado,

Só morando lá pra saber,

As frases e aí como vai,

Só vendo mesmo para crer,

Então vos falarei como é,

Se alguém lhes falar COLÉ,

Como tu estás quer saber.

Com relação a alimento,

Por lá alguém disse assim

De uma raiz muito apreciada,

Que é macaxeira para mim,

Seja na cidade ou na roça,

Por lá a conhecida mandioca,

Todos a chamam de AIPIM.

Esse outro é bem propicio,

E nem é difícil entender,

Referindo-se a um espaço,

Que alguém for percorrer,

Numa linguagem refinada,

PASSEIO por lá é calcada,

Já andei por lá pode crer.

Já esse é muito falado,

O qual dispensa receita,

Se diz em todas as classes,

Eu ouvi Lauro de Freitas,

Pois é isso exatamente,

Ao que é bom ou excelente,

Todos chamam de PORRETA.

Esse último de minha lista,

Que ali falam-se bastante,

Quando a pessoa é nervosa,

E um tanto imponderante,

Um dialeto bem bolado,

Muito bom se diz RETADO.

Não é mesmo interessante?

São esses alguns dialetos,

Dos baianos de verdade,

Na grandeza de sua cultura,

Com suas particularidades,

Acrescem ao vocabulário,

Enfeitam os dicionários,

Para jovens e demais idades.

Aos soteropolitanenses,

A todos os demais baianos,

Vou aqui me despedindo,

E esse cordel terminando,

De alguns de seus dialetos,

Pra mim é um rico objeto,

Desse estado soberano.

Cosme B. Araujo.

20/11/2022.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 21/11/2022
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