O cabritinho e os ovos!!

 

 

Amanhecendo o dia mãe pediu

Que fizesse logo um mandado

Que botasse gongó e camisa

E fosse ali do outro lado

Buscar lá uma encomenda

Que seria nossa merenda

Antes de irmos pra o roçado

 

Desci a ladeira pra o riacho

Carregando uma cuia de coité

O gongó no meio da canela

Carrapichos grudando no meu pé

E atrás de mim ainda seguia

Um cabritinho e eu só ouvia

A cabra velha gritando méé

 

Mamãe havia recomendado

Que eu andasse bem ligeiro

E que tomasse todo cuidado

Para não haver desmantelo

Mas com o burrego me acompanhando

Eu só ficava pensando

Se os ovos iam chegar inteiro

 

Passei bem pelo riacho

Cheguei na casa de titia

Dei o recado de mamãe

E lhe entreguei a vasilha

Ela foi e trouce a cuia cheia

Mas meu sangue ferveu na veia

Quando ela trouce uma rodilha

 

Agasalhou em minha cabeça

Aquela cuia bem direitinho

E voltei com a mão nos ovos

E os olhos no caminho

E a cada passo que eu dava

Atrás de mim escutava

A pisada do borreguinho

 

Voltei pelo mesmo caminho

Vendo que o sol já subia

Ia pensando naqueles ovos

Era alimento pra todo dia

Quanto mais nisso pensava

A cuinha eu apertava

E o borreguinho eu temia

 

Passando o riacho de volta

Pisando bem devagar

Escutando o borreguinho

Nadando em meu calcanhar

Quando das aguas passei

No danado me atropelei

E o resto não vou contar