TERRA SANTA

Terra da irá dos anjos

Na terra seca de amores

Que a caatinga machuca

No cerrado de almas lascivas

Que debruçadas estão em árvores

Esperam os enamorados apaixonados.

Nessa terra de ninguém

Se houver alguém em galhos

Pode ser em sombras

Porque a árida aconia em folhas

Renasce em cada gota d'água

Uma esperança em ramalhetes.

Se morre a roça que roça o sarro

Sabe-se da aucência em botão

Que desfruta o fruto proibido

Que perpétua-se em flor

De uma terra que caminha

Por léguas de fome em jardins.

O cacto pálido de opala cai em chão bruto

Num balé que vislumbra as aves

Nas chopanas dos rios sangrentos

Onde o carcará bravo se mostra em cores

Diante dos amores que se riem

Se misturando ao suor do voo.

Nesta terra que não é savana

Nem chama-se pelo seu nome triste

Pois a vegetação rasteira

Beira na morte o grito de dor

Como o vômito em lama de aço

Que aos olhos contempla-se as lágrimas.

Em cada recanto, lugar, desse Cariri

Dessa colorida montanha

Os céus se propõe em propor

Que seja vida do alto

Para se valer a vida

Como falam do mais longe cume.

Assim, mostra-se o casal

Em lenda que não se faz mal

Porque são mochileiros

Que caminham pela terra boa

Que sois vós benditos entre as mulheres

Entre a manga verde do amor.

Se digo algo sem pensar

Sou a mentira da realidade num silenciar solitário

Quando em fantasia retrato

A fantástica irá de anjos sozinhos

Que poetizam o cordel em cantos

No rio barrento de muitas vidas.

No sol escaldante o choro minguante

No luar de estrelas em mar

De pensamentos esplendorosa

Que a rima se desfaz na correnteza

Pluralizando os finalmente

De todo não que o homem mergulha.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 06/04/2023
Código do texto: T7757787
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