VALE A PENA SER PRUDENTE?

Ao lado de um caixã

Chora um jovem descontente

Desconsolado ele abraça

Aquele corpo dormente

E bastante entristecido

Ele fala do acontecido

De maneira comovente

 

O meu velho aí era um sábio

Sujeito muito prudente

Não bebia nem fumava

Era sábio o suficiente

Pra não tocar em escorpião

Não dar comida a leão

E nem encantar serpente

 

Só conversava com a vizinha

Com o marido presente

Só comia carnes branca

Grelhadas em brasa ardente

Cauteloso só dormia

Após banho de água fria

E apos escovar os dentes

 

Só bebia água filtrada

Fervida principalmente

Caminhava na fazenda

Quase que diariamente

E pra não poluir o ar

Gostava de cavalgar

No seu cavalo imponente

 

Só saia pra passear

Se o dia estivesse quente

Usava mangas comprida

pra não usar repelente

E ainda tinha uma manha

Se o rio tivesse piranha

Se banhava na vertente

 

Mas comeu jabuticaba

E engoliu junto a semente

Travou todo o intestino

Morreu de prisão de ventre

Agora ta aí esticado

Por isso tenho pensado

Vale a pena ser prudente?

 

E um morador de rua

Que aqui se fez presente

Bebe fuma e come pouco

Sua família está ausente

Vive tomando cachaça

Contou piada e fez graça

Pra alegrar o ambiente

 

Por isso vou continuar

Com essa duvida pendente

Analisando cada fato

Da vida daqui pra frente

Ele era forte e vigoroso

E apesar de cauteloso.

Morreu sem estar doente

 

FIM

Pedrão Cordelista
Enviado por Pedrão Cordelista em 12/04/2023
Reeditado em 16/09/2023
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