A SAGA DO FILHOTE DE VAGA- LUME

VAGA-LUME SAI DE CASA

PASSEAR NA REDONDEZA

MAS ESQUECE DE VOLTAR

E VAI TER UMA SURPRESA

 

ERA NOITE DE NATAL

TOMADO DE CURIOSIDADE

ELE FICA DESLUMBRADO

PELAS LUZES DA CIDADE

 

ENTÃO AMANHECE O DIA

O SOL OFUSCA SUA VISÃO

VAGA-LUME FICA PERDIDO

SEM RUMO SEM DIREÇÃO

 

DE REPENTE O VAGA-LUME

VENDO O POUCO QUE LHE RESTA

PROCURA UM LUGAR SOMBRIO

SE EMBRENHA NA FLORESTA

 

ESCAPA DA TEIA DE ARANHA

ONDE O PERIGO É MORTAL

VOA PRA LÁ E PRA CÁ

NO MEIO DO MATAGAL

 

DESATENTO CAI NO RIO

E FICA SE DEBATENDO

PERCEBE QUE LA NO FUNDO

UM PEIXE ESTÁ SE LAMBENDO

 

ENTÃO SOBE NUMA FOLHA

ONDE FICA CAMUFLADO

APAGA SEUS DOIS FARÓIS

PARA NÃO SER ENCONTRADO

 

CHEGA A NOITE É SUA CHANCE

DE PARA CASA VOLTAR

MAS COM AS ASAS MOLHADAS

É IMPOSSÍVEL VOAR

 

SUA VIDA NESSE MOMENTO

ESTÁ AGORA POR UM FIO

SUA EMBARCAÇÃO DESLIZA

LÁ PARA O MEIO DO RIO

 

VAGA-LUME NESSE MOMENTO

SENTE QUE ESTÁ NO FIM

QUANDO VÊ ALGO ESTRANHO

SE MOVENDO NO CAPIM

 

DE REPENTE UMA CAPIVARA

QUE FAZ O MESMO CAMINHO

APROXIMA-SE E SUSSURRA

SUBA AQUI NO MEU FOCINHO

 

PODE CONFIAR EM MIM

EU TE AJUDO A ATRAVESSAR

MAS ACENDA OS SEUS FARÓIS

PRA EU PODER ENXERGAR

 

TEM UMA ONÇA PINTADA

QUERENDO-ME PRO JANTAR

POR ISSO ESSE GRANDE RIO

EU TENHO QUE ATRAVESSAR

 

ATRAVESSARAM O RIO

COM TODA A SEGURANÇA

VAGA-LUME ESCAPOU DO PEIXE

CAPIVARA ESCAPOU DA ONÇA

 

A NOITE ESTÁ ACABANDO

LOGO VEM A CLARIDADE

VAGA-LUME APAGA OS FARÓIS

ENTRA NUMA CAVIDADE

 

ALI ELE SECA AS ASAS

A NOITE RETORNA AO LAR

LEVA UMA BRONCA DA MÃE

QUE NÃO PARA DE FALAR

 

OS NOSSOS FARÓIS ACESOS

SEMPRE CHAMAM A ATENÇÃO

DE PREDADORES CRUÉIS

QUE VAGAM NA ESCURIDÃO

 

O DIA ESTA AMANHECENDO

VAGA-LUME VAI DORMIR

PROMETE QUE NUNCA MAIS

SAI SEM A MÃE PERMITIR

 

ASSIM ACONTECE TAMBÉM

COM NOSSOS ADOLESCENTES

QUE PODEM SER SEDUZIDOS

SE NÃO ESTIVERMOS PRESENTES

 

 

FIM