BAR DA DONA BONDADE

Eu ontem fui à cidade

Comprar pão, goma e farinha,

Mas fiquei foi com vontade

De comer uma galinha,

E no bar de Dona Bondade

Bebi pinga com sardinha.

Ela disse: Ó meu freguês,

Você vindo é bom demais!

Pra outro não vai ter vez,

É você e ninguém mais,

Todos os dias do mês,

Não vá me esquecer jamais!

Dona Bondade é educada

E muito atenciosa,

Não se zanga é com nada,

É mulher maravilhosa,

A venda dela é lotada

Por ser muito carinhosa.

Tem tira-gosto à vontade,

Cerveja e boa cachaça,

A gente chega à cidade

E nem vê que o tempo passa,

Horas de felicidade,

Dona Bondade é só graça.

Lá bem no pé do balcão

Tinha um bêbado implicando,

Mas com toda educação

Ela o foi controlando,

O bêbado dormiu no chão

E ali ficou roncando.

Bebi mais duas cervejas,

E pinga não bebi mais,

Ela vem com as bandejas

Com tira-gostos demais,

As delícias sertanejas

De frutas, aves e animais.

Dona Bondade é assim

E merece todo o respeito,

Trabalha até o fim

Da noite, e é desse jeito,

Leva até amendoim

Pra tudo ficar bem feito.

Quando ela fechava o bar,

Todos já iam embora,

Mas ficou a perguntar:

Vocês já iam gora?

Paciência pra dar e emprestar

Daquela nobre senhora.

A todos cumprimentou,

Do calaceiro aos mais nobres,

E as portas do bar fechou

Levando notas e cobres,

E mais uma vez acenou

Para os mais ricos e os mais pobres.

Edimar Luz
Enviado por Edimar Luz em 26/05/2023
Reeditado em 01/06/2023
Código do texto: T7798243
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