Miguelzin e o dente de ouro

Certo dia na casa seu João

Sentiu uma vontade danada

Chegando a acelerar o coração

De no mictório dar uma cagada

Foi bem ligeiro e com aflição

Sentou naquele grande buracão

E finalmente deu uma aliviada

Alí não tinha nem o teto

Um mictório a luz do luar

Parecia estar tudo certo

De felicidade e a gargalhadar

Até que distraído o esperto

Deixou cair no buraco um objeto

Sua dentadura a despencar

Seu João ficou desesperado

Pois nela tinha um dente de ouro

Os nervos ficaram irritados

Chega doeu o seu anel de couro

Deveria ter a dentadura tirado

Pra não ficar ali afundado

Sua dentadura era o seu tesouro

Miguelzin vendo a aflição

Que sofria aquela criatura

Teve uma idéia então

Pra resgatar a tal dentadura

Mergulhar no buracão

Com uma corda de proteção

Bem presa na sua cintura

Então assim se assucedeu

Miguelzin na bosta mergulhou

Afundou que se perdeu

Mas a tal dentadura encontrou

Seu João chega um pulo deu

Mas então a corda se rompeu

E o Miguelzin se afogou

E esse foi o triste fim

Um busca sem resposta

Foi -se pra sempre o Miguelzin

Coberto de um monte de bosta

Seu João de tão triste enfim

Com a boca murcha e sem o dentim

Ficou deprimido na palhoça.

Um poeta e só
Enviado por Um poeta e só em 02/08/2023
Código do texto: T7851732
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