Olhinhos de feijão.

Nunca deixo de lembrar

Da cabeça quadrada

De tanto pegar na enxada

Plantando neste sertão

Todavia por acaso sim senhor

Que também sou morador

Desta terra desde chão.

Vou campiando a procura

Do veio d' água que se esconde

Lambendo poeira molhada

Do distinto e velho bonde

Padre Ciso é testemunha

Dos meus joelhos no chão

Pedindo chuva molhada

Pra regar esta terra de fogo

Para nascer um pé de mamão

Eita virgem Maria, estou cansado

De tanto pedido que faço

Chover plantinha miúda vestida

Com olhinhos de feijão

Riscando a terra sem cansaço.

demetrioluzartes
Enviado por demetrioluzartes em 28/08/2023
Reeditado em 24/09/2023
Código do texto: T7872667
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