Olhinhos de feijão.
Nunca deixo de lembrar
Da cabeça quadrada
De tanto pegar na enxada
Plantando neste sertão
Todavia por acaso sim senhor
Que também sou morador
Desta terra desde chão.
Vou campiando a procura
Do veio d' água que se esconde
Lambendo poeira molhada
Do distinto e velho bonde
Padre Ciso é testemunha
Dos meus joelhos no chão
Pedindo chuva molhada
Pra regar esta terra de fogo
Para nascer um pé de mamão
Eita virgem Maria, estou cansado
De tanto pedido que faço
Chover plantinha miúda vestida
Com olhinhos de feijão
Riscando a terra sem cansaço.