O PASSEIO... (BASEADO EM FATOS REAIS)

Logo pela manhã

Professores a chegar

Finos, looks aprumados

De forma peculiar

Bolsa, óculos escuros

Caprichando no olhar

Na estrada um pouco longa

Algo chamou atenção

A unha do motorista

Parecia um gavião

Dava suporte ao volante

Controlando a direção

O que ele tinha na unha

Não tinha em sua visão

Sem enxergar quebra-mola

Puxava o freio de mão

Com violência tremenda

Nós com o coração na mão

Saímos bem sorridentes

Dissemos: vamos pra lá

Para a praia de Araoca

Vamos ter vista pro mar

Nos divertir bastante

Antes do eclipse solar

O problema é que chegamos

Já na hora de voltar

Chegando em Guimarães

Lembrou-se Gonçalves Dias

No Caminho dos Poetas

Sua última moradia

Ficamos mais empolgados

Pra comemorar o dia

Muito bem acolhidos

Pelo nosso anfitrião

Que deixou o lugar bonito

Limpando toda hora o chão

Ali já estava escrito

Seria só diversão

Da disputa com o dado

Até a bola queimada

Crianças grandes fizeram

A festa bem animada

Vocês querem ir embora?

Todos disseram: Que nada!

Cada uma com um biquini

Mostrando a sua beleza

Esbeltas, bem elegantes

Era um bando de princesas

Os homens observando

Com toda a gentileza

A piscina foi um ponto

De grande atração

Pareciam tão felizes

Esqueceram a profissão

Chipa do Arrocha animou

Essa comemoração

Deram um pulinho na praia

Botando os pés na areia

Algumas foram ao mar

Parecendo uma sereia

Quando a fome bateu

Voltaram pra grande ceia

A tarde finalizou

Com a tela da irmã

Que emprestou aos colegas

Sendo boa cidadã

Para olharem o eclipse

Ela foi bem cortesã

Saindo de Guimarães

A cidade agradeceu

Dizia até “Volte sempre”

Assim na placa se leu

Rumo a Pinheiro nós fomos

Todos com as bênçãos de Deus

Até um certo ponto

Carro de som acompanhou

Tocando música antiga

Alguém então recordou

Crianças dançando o ritmo

Nessa balada eu vou

“Estoy enamorado

De uma linda princesa

Estoy apaixonado

por tanta beleza”

Dizia a música assim

Digna de realeza

MAS...

Quase chegando em Pinheiro

O carro deu um defeito

Em desespero ficaram

Achando não ter mais jeito

Todo mundo que passava

Podia ser um suspeito

Começaram numa fila

As mulheres em mijadeira

Os homens também nervosos

Todos sem eira nem beira

O susto foi o medonho

Eita que grande lasqueira

Acionaram os maridos

Até mesmo o GTA

O corpo de bombeiros

A polícia militar

Os super-heróis chegaram

Para as esposas salvar

Mas vieram com atraso

O carro foi consertado

Felizes todos ficaram

Do medo foram curados

Sorriso voltou ao rosto

Ficaram mais animados

Voltar pra casa feliz

Melhor que ficar parado

Os maridos vieram atrás

Formando uma grande frota

Quando olharam as esposas

Não valia ter lorota

A saudade era tamanha

O amor é uma disgrota

O susto então passou

Todos bem aliviados

Cada um pra seu destino

Tudo estava consumado

Desculpem por estas rimas

Se não ficou do agrado

- Disgrota – xingamento (geralmente usado assim. Exemplo: Isso é uma disgrota. Isso é uma droga. Ô Diacho. Ô disgrota.)

Cléa Simone Oliveira Soeiro

Instagram: @cleasoeirooficial

Cléa Soeiro
Enviado por Cléa Soeiro em 15/10/2023
Reeditado em 19/10/2023
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