O Rock do Roceiro

Um abestalhado me disse que eu deixei de ser rockeiro/

lhe respondi que roceiro convive com o rock-rock/

no barulho do serrote indo pra lá e pra cá/

quando começa a cortar madeira pra serventia,/

ou quando começa o dia a caminho do roçado/

pra não ficar atolado no lameiro da vazante/

no barulho impressionante de sua bota galocha/

que não teme areia ou rocha, e o rock-rock se escuta/

tem rock em toda labuta. como no arrastar da enxada,/

nas sementes peneradas no balanço da arupemba,/

no fuso de fazer renda, que enrola o fio de algodão,/

no abrasar do tição, consumido na fogueira/

no rangido da madeira da carroça a reboque./

mas quando enche o wood"estoque"

vou tocar meu violão/

pra mulher do coração que me ama e traz sossego,/

E até no nosso chamego a cama faz rock-rock.

Cicio Bonneges.

Stein haeger
Enviado por Stein haeger em 01/11/2023
Reeditado em 02/11/2023
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