Cordel Cabuloso!
Sou um lobo cabuloso
Neste mormaço de osso
Usando alpargatas de barro
Calça velha de couro
Guardei Paçoca e farinha
Carne seca na algibeira
Peixe seco de linha.
Vou dançado fangote
Morena Beijando cangote
Bebendo água de pote
Rimando poeira do chão
Aqui só fica quem pode
Comendo capote na mão
Galo cego brabo de rinha
Cantou saudade sem rima
Nos beiços da rapariga
O sol avermelhado chorou
Da seca que sempre vinga
Meu Padre Ciso espreme
As nuvens de agua não pinga.
Arrilhei um burro cego
Nas pastagens da restinga
Ponta de pedra eu carrego
Pedaço de jacutinga.
Aqui eu me despeço deste
Poema bravio , dos Solimões
Ao mar, aqui não passa navio.