Entrelinhas da Desolação

Num dia de desolação, um poeta em sua solidão,

Versos tristes, lamentos, um retrato da aflição.

Acordei desanimado, vida sem cor, sem brilho,

Um retrato fiel, um quadro de estilhaço e trilho.

O café amargo, alimentando a mágoa e o desalento,

Noites insones, aperto no peito, tormento.

A depressão como uma sombra, volta sorrateira,

Medos de retornar à escuridão, uma batalha inteira.

Cansaço mental, repulsa de si mesmo, um fardo pesado,

A fúria, o ressentimento, um tormento malogrado.

Dor psicológica, indignação, uma morte lenta e contínua,

A constante percepção de não pertencer, uma trama nua.

No mundo com tudo, mas vazio como se já morto,

Vagando sem propósito, aflição como um porto.

Sorrisos no rosto escondem a verdadeira essência,

Dor, aflição, tormento, a real presença.

Desventura, mágoa, languidez, melancolia,

Desolação, desesperança, lamento, agonia.

Na vastidão da tristeza, sombras tecem um manto,

Obscurecendo a luz da esperança, num canto.

Mas na escrita, na poesia, uma ponte se estende,

Um fio de esperança, mesmo que pequeno, se prende.

Que esses versos, como fios de luz na escuridão,

Guiem o poeta para além da desolação.