O Côrno da minha rua

O Corno” da minha rua

Tem certos tipos de “cornos”

Que são bem peculiares

Enfrentando suas “côrnezas”

De formas particulares,

Ficam inventando estratégias

Pra não ofenderem as egrégias

Santas-damas dos seus lares.

Inventam modos impares

No seu raciocínio insano,

Pois nenhum mal os atinge

Se fugir do desengano,

De num descuido fatal

Dar de cara com o tal

“Ricardão” ou “Pé de pano”.

Meu vizinho passa o ano

Bancando a maior moral,

É grosso com a vizinhança,

Trata aos subalternos mal,

Fugindo ao que lhe desgosta

Ele finge que só gosta

De ouvir forró imoral.

Na sua velha “Rural”

Aplicou sua ciência

De corno recalcitrante

Mas de pouca sapiência,

Colocou um som potente

Que deve ter certamente

Dez mil Watts de potência.

Ele não tem consciência,

É grande, feio e violento,

um tremendo cara-dura

Bravateiro e zuadento,

Numa análise banal

Deve ter o cérebro igual

Ao cérebro de um jumento.

Dá pra saber o momento

Que do bairro se aproxima,

Pois de mais de um quilometro,

O vento que vem de cima

Traz aqui o som possante,

E seu sócio num instante

Vai pastar em outro clima.

Quando ele chega, se anima,

Põe no Máximo o volume,

Do super som, com as músicas

Que nem sevem pra estrume,

E a vizinhança acovardada

fica sofrendo calada

Sussurrando seu queixume.

PS:

Já chamei sua atenção,

Ele ciscou no terreiro,

Mas depois baixou o som

E até ficou mais ordeiro,

Eu não temo entrar no forno

Porquê na casa de corno

Manda quem chegar primeiro.

....................................................... ,

Fugindo das Encrencas, e as “bichas” vindo atrás.

Valei-me meu São Lourenço do Catolé do Rocha! Mestre Egídio

Mestre Egídio
Enviado por Mestre Egídio em 08/02/2008
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