Cordéis para um poeta

Cordéis para Jorge Ribeiro Sales

Não fosse tu, amigo, e com certeza

Eu já seria à muito uma lembrança

tragada pela imensa desesperança

que há no vórtice letal desta tristeza.

Na vida não encontro mais beleza,

nem vejo no porvir qualquer bonança,

o destino pesou-me em sua balança

e meus pecados, cobra com firmeza.

Só a inexplicável chama em ti inata

justifica tamanha solidariedade

indescritível, igual tua bondade

que meu trilhar na terra ainda dilata.

Não há em mim mais força que combata

a dor, a desilusão, a dura ansiedade,

o desamor e a cruel perversidade

com que esta crise atual me trata.

Pagar-te como amigo? não há meios!

tua mão amiga é socorro inestimável,

tua amizade é sólida, pura e estável,

tua conversa é simples e sem rodeios.

As minhas dores, mágoas e anseios,

ou planos bons, tu ouves e és afável,

tens a presença simples e agradável

daqueles que compreendem os males alheios.

Tens meu amor, amigo, em tal medida,

qual tenho por meus Pais à muito idos,

por meus filho s e netos tão queridos,

inclusa “Teca Bionga “a mais querida.

Peço a Deus que dilate tua vida

por anos e anos mais, sempre floridos,

e que por Ele sejam deferidos

teus sonhos e desejos além da medida

Caxias-RJ 2005

Mestre Egídio
Enviado por Mestre Egídio em 21/02/2008
Código do texto: T868837