NA SOCIEDADE DE ESPETÁCULO, A GERAÇÃO "X" VIVE COMO UM MAMULENGO.

NA SOCIEDADE DE ESPETÁCULO

"CÔCÔ VIRA SOUVENIR, NA “MEXIDA” DA MERCHAM"

I

Eu ando meio espantado

Diante da inversão

Dos valores que norteiam

Essa última geração

Formada “comendo” papa

“Bebendo” sopa e garapa

Na “babá” televisão

II

Vendo essa confusão

Deu vontade de escrever

A respeito desse assunto

Por que me pesa o dever

Em razão do meu ofício

Vendo alguém num precipício

Eu tenho que socorrer

III

Com diligencia fazer

Algo enfim para ajudar

Aos caídos no caminho

Que havemos de trilhar

Até chegar a parada

Ponto final da jornada

Desta vida singular

IV

Não posso me gloriar

Já disse: tá na essência

De oficio eu vou agir

Tendo de um fato a ciência

Pois o meu dever moral

Excede o plano legal

No foro da consciência

V

Tal e a sua abrangência

Que supera apropriaÉtica

Ou a Deontologia

Parceira na dialética

Do homem e a profissão

Pois em mim há um condão

Que respalda a homilética

VI

E nessa peça poética

Não será tão diferente

Como em outras que escrevi

Fulgurou na minha mente

A centelha geradora

Força motriz criadora

Dos versos no meu repente

VII

Por isso daqui pra frente

Digo isso à classe cética

Que não crer no que não ver

Por ter a mente sintética

Também não vão entender

Por que eu posso escrever

De maneira tão eclética

VIII

Pois aqui da cibernética (leia-se, Arte Estética)

Farei consideração

Da ciência tripartida

Em seu campo de ação

Detendo-me na vertente

Que mexe com muita

Com sua invisível mão

IX

Manipula uma nação

Deixando um povo capengo

Qual marionete que dança

Pendurado pelo quêngo

No “fio” da sua teia

Todo mundo sapateia

Igualzinho ao mamulengo

X

Transformado em monstrengo

Perdem o senso da Razão

Como se vê no principio

Na primeira distorção

Da mídia, pela serpente

Plantando sua semente

Na mente do velho Adão

XI

Pela “comunicação”

Inocula-se, o fermento

Em meio à conversação

Dá-se, assim o "fomento”

Que faz levedar a massa

Que ignora o que passa

Qual folha levada ao vento

XII

Precisamos estar atento

Com certas informações

Por que geralmente escondem

“Cobras” e “escorpiões”

Por meio da merchandagem

Adulteram-se a paisagem

Camuflando os “esporões”

XIII

Enxertando as ilusões

Através dessa vertente

Da ciência que faz parte

Do dia-a-dia da gente

Alguns “espertinhos” vem

“Plantando idéias” também

Muito sorrateiramente

XIV

De maneira “competente”

Burlando o meio legal

Estendendo suas “redes”

E com “varas” ou sinal

“Pescam” na sociedade

O sonho da liberdade

Que no homem é natural

XV

Jogando “isca” imoral

Dentro da programação

Para “embarbelar” o povo

Usando a televisão

Rádio, revista e jornal

E tudo que é canal

“Servil” de informação

XVI

Eis o ponto da questão

Que iremos atacar

Através deste poema

Tentarei focalizar

Aonde mora o perigo

Talvez assim meu amigo

Consigas tu escapar

XVII

Aprendendo a filtrar

A “água” que você bebe

O “comer” que você come

Que olha, más não percebe

Que está contaminado

Ficando dele “pejado”

Do fermento que recebe

XVIII

Desse modo se “concebe”

Do “velho camaleão”

Que “choca o ovo” na mente

De um lerdo, cidadão

Que “engoliu” a mensagem

“Fruto duma sacanagem”

Nessa frívola relação.

XIX

Não posso nessa lição

Chegar ao fundo do tema

Nem falar abertamente

Desse complexo sistema

Mas, eu sei como fazer

Esse quadro reverter

E desmanchar o esquema

XX

Usando a estratagema

Ou o “modus operandi”

Que nos deixou como exemplo

O bom Mahatma Gandi

Pois só se muda o Brasil

Com um levante civil

Como na marcha do Dandi

XXI

Sem o “animus necandi”

Sem força nem violência

Mas promovendo um destrato

Pela desobediência

Aos contratos adesivos

Que deixou todos cativos

Forçados a sucumbência

XXII

Provocando a indigência

Do hipossuficiente

Por não ter a paridade

De um contrato decente

Que tem a contrapartida

Com a vontade contida

De cada um anuente

XXIII

Pois tá claro e evidente

Que não temos opção

Quando ligamos um rádio

Ou “nossa” televisão

Surge logo um canalha

Com a língua de navalha

E dentes de tubarão

XXIV

A serviço de um patrão

Que se faz representado

Por um escroque sofista

Qual moleque de recado

Pensando só na “gorjeta”

Pinta de santo o capeta

E diz que é bom, o safado.

XXV

É esse o real estado

Que se encontra nossa mídia

Escrita, ou, televisada

Ou, falada é só perfídia

E quando o caso em questão

Diz respeito ao cidadão

Bem maior é a desídia

XXVI

Mas, por causa dessa acídia

É que estamos vislumbrando

Um verdadeiro exército

De zumbis perambulando

Como indigentes mentais

Tangidos como animais

Ou simplesmente “voando”

XXVII

Quais aluados, sonhado

Não colocam os pés no chão

Emprenhados da imagem

Que viu na televisão

“Produzida” pra o consolo

Tal qual “chupeta” do tolo

É fumaça, ou, ilusão

XXVIII

Mas, Cãnoro é o chavão:

“O “bicho” dá com uma mão

E, te toma com as duas”

Pois tudo é encenação

Como faz o crocodilo

Que chora as águas do Nilo

Quando mastiga seu “pão”

XXIX

Assim, na programação

Que está sendo “ofertada”

Digo e não peço segredo

Tá toda contaminada

Pois tem um objetivo

Manter o povo cativo

De forma bem disfarçada

XXX

Na mensagem “preparada”

Que é quase imperceptível

E num homem desatento

O seu efeito é terrível

Pois fica hipnotizado

E será “manipulado”

E aí, não é horrível?

XXXI

Estais achando impossível?

Faça uma reflexão!

Quantas vezes tu ficaste

Com a cara de bundão?

Por te sentir despojado

Depois de haver comprado

Algo sem ter precisão

XXXII

Vistes na televisão

Um apelo chamativo

Exibindo tal produto

Em meio um aperitivo

No banquete dum que luxa

Mostrando o cocô da Xuxa

Serviu-te como atrativo

XXXIII

Te tornando um compulsivo

Comprando sem ter razão

Um bestial souvenir

Que lambuzou a nação

Até um cabra valente

Ficou assim, indolente

Nessa ultima geração.

XXXIV

Taí o “X” da questão

Que “cola” em muita gente

Que não sabe dizer NÃO

A um programa indecente

Que invade o seu lar

E nele ergue um “altar”

Na sala da sua mente

XXXV

Mas hoje, seja decente!

Desligue a televisão

Vamos juntos protestar

Contra a corrupção

Que se instalou no país

Deixando muito infeliz

O povo desta nação

XXXVI

Acorde, bom cidadão!

Vamos revolucionar

Lute pelos seus direitos

Não se deixe enganar!

Por essa mídia malvada

Que está compromissada

Com quem quer te espoliar. Fim

José Lucena de Mossoró
Enviado por José Lucena de Mossoró em 21/03/2008
Reeditado em 14/05/2018
Código do texto: T910397
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