O GRANDE LAGO DE FOGO, DISSOLVENDO O UNIVERSO.

O GRANDE LAGO DE FOGO,

DISSOLVENDO O UNIVERSO.

I

Mais uma vez venho ousando

Neste dom que tenho herdado

Prometo ser verdadeiro

Temo a Deus, como um soldado

Que busca sempre a justiça

Como um bom advogado

II

Tomo o céu por testemunha

Pois em balança fiel

Sejam pesadas as palavras

Que vou botar no papel

Descrevendo uma visão

Nas páginas deste cordel

III

Vou revelar um mistério

Que me foi descortinado

Falando da tal da morte

Da vida do outro lado

Para toda criatura

Depois de desencarnado

IV

Mas antes quero alertar

Como faz um bom amigo

Diante das circunstancias

Para te livrar do perigo

Que correrás no futuro

Rejeitando o que te digo

V

O fato é que eu estava

Terminando uma leitura

Quando chegou ao meu lado

Uma santa criatura

Que me tomou pelo braço

Me levando a certa altura

VI

No trajeto me falava

Agora preste atenção

E tudo que Eu mostrarei

Escrevas no coração

Para nunca se esquecer

Dessa importante lição.

VII

Há quem muito se entregou

O muito será cobrado

Quem na terra perdoou

No Céu será perdoado

Quem o pecado abraçou

No fogo será lançado

VIII

O homem será medido

Com aquilo que medir

Peso por peso pesado

Ouvido se ele ouvir

Sem crer ele não existe

Simplesmente vai dormir

IX

Para acordar no juízo

Do mundo espiritual

Condenado a revelia

Nas barras do tribunal

Não terá ampla defesa

Contraditório verbal

X

Mas, é bem aventurado

Quem assim, no Cristo creu

Não importando o delito

Que no mundo cometeu

Terá seu nome escrito

No livro do Galileu.

XI

Fiz umas vinte perguntas

Todas num momento só

Ele me disse, bambino!

Tu foste feito de pó

Quanto mais você se vexa

Mais na cabeça dá nó

XII

Êis a primeira lição

Que quero te ensinar

No plano em que nós estamos

O tempo não vai passar

Por isso não tenha pressa

Pode ir bem de vagar

XIII

Foi me dado o privilégio

De tudo compreender

A terra o céu o inferno

Eu vou tentar descrever

Parte daquela visão

Que meus olhos pode ver

XIV

Então eu fui perguntando

“Evolui” ou criação?

Ele sorriu e mostrou-me

Fazendo um gesto na mão

Como quem planta sementes

Nos roçados do sertão

XV

Pelo gesto compreendi

Como tudo se encaixava

Nas luzes das teorias

Um mosaico se formava

No ápice do cataclisma

Onde tudo começava

XVI

Para se cumprir o ciclo

Juntando o pé com aponta

Em meio essa trajetória

Uma história cara conta

Pra chegar à humanidade

Milhão de anos remonta

XVII

Até que o irmão adão

Lá no Éder, acordou

Estive por testemunha

No dia em que se casou

Na benção das alianças

Que o Logus consagrou.

XVIII

Como se deu o pecado?

Observe a natureza!

O geme nasce no fruto

Na queda vem à fraqueza

Causa primeira da coisa

Perdendo ele a pureza

XIX

No fruto o germe só nasce

Depois da corrupção

Degenerando a matéria

Na autodestruição

Pelo efeito da morte

Como uma premiação

XX

Como ele perde a pureza?

Com um sorriso respondeu

Eu posso tudo explicar

Pois tu serás como Eu

Vou agora te mostrar

Como tudo aconteceu

XXI

Foi me falando baixinho

Duma tal rebelião!

Do desrespeito do homem

Ao autor da criação

Preferindo andar sozinho

Sem ouvir sua razão

XXII

E cadê o livre arbítrio?

Que ao homem foi legado?

Tudo quanto o Pai lhe deu

Não será dele tirado

Mas o seu tal de arbitrio

É pra o certo ou errado.

XXIII

Disso vem as conseqüências

Pra quem for contaminado

É o homem quem decide

seu rumo quando é tomado

Bem ou mal são dois caminhos

Que pra ele foi mostrado

XXIV

Ouvindo a concupiscência

O homem se desviou

Pensou ser o soberano

Em sua mente gerou

Um micróbio egoísta

Seu mundo contaminou

XXV

Gerou a grande serpente

O birifuto ou dragão

Responsável pela morte

Depois da corrupção

Promovida pelo o homem

Em sua rebelião

XXVI

Me calei por um instante

E respirei bem profundo

Perguntando novamente

O que será deste mundo?

Será queimado no fogo

Em menos de um segundo.

XXVII

Mais uma vez me espantei

Com essa forte notícia

Que vinha fogo pra terra

Para queimar a malícia

E a carne contaminada

Pra liberar a primícia

XXVIII

Nossa parte positiva

O sopro que nos foi dado

Um espírito para a alma

Que no homem foi criado

Sua vida é para sempre

Chegando do outro lado

XXIX

Senti-me como criança

E pedi; me deixe aqui!

Mas Ele me interrompeu

Dizendo; olhe pra ali!

Um grande lago de fogo

Com estes olhos eu vi!

XXX

Todo corria pra dentro

Da lava feito um funil

Girando incandescente

Até mesmo o céu anil

Junto com todo universo

Foi pra aquele lago vil

XXXI

Bateu-me uma tristeza

Quando vi aquela cena

O sofrimento dos homens

E como a terra é pequena

Ouvi choros e gemidos

Me condoia de pena

XXXII

Fechei os olhos chorando

Muitas vozes eu ouvia

Atormentados no fogo

Uma ajuda me pedia

Salve meus irmãos na terra

Dessa infame agonia

XXXIII

Chegou pra me consolar

Uns anjos que vi na tela

Cheios de graças cantavam

Uma canção muito bela

Outros pintavam um painel

De uma linda aquarela

XXXIV

Quando abri os meus olhos

Vi que não sai do canto

Foi como se simplesmente

Me descobrissem dum manto

Quando olhei para o relógio

Maior foi o meu espanto

XXXV

Não passou nenhum minuto

Depois daquela jornada

O meu livro estava aberto

Com uma página molhada

De uma tinta brilhante

Secando não vi mais nada

XXXVI

Mais eu gravei a mensagem

Escrita dizendo assim

“Trarei juízo à terra

Estai seguro em mim

É a hora da verdade

É o começo do fim”

XXXVII

Oxalá tu entendêsseis

Um pouco da sua essência

Daquilo que a coisa é

A razão da existência

Com certeza aprenderia

Ver além da aparência

XXXVIII

Tudo está sincronizado

Obedecendo a razão

O movimento dos átomos

Trabalhando em perfeição

Determinado ao cosmo

A perfeita construção

XXXIX

Pelo primeiro principio

Seguem o critério moral

Estimulando o processo

Sem um contra fatual

Premissa motivadora

Visando o ponto final

XL

Aonde tudo começa

Tem sua finalidade

Torne o homem para Deus

Numa simbiosidade

sendo gerado de novo

Ganha a sua eternidade.

Fim.

José Lucena de Mossoró
Enviado por José Lucena de Mossoró em 30/03/2008
Reeditado em 24/08/2012
Código do texto: T923692
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.