UM PRESENTE DIFERENTE!

No findar do ano vem todas as festas e comemorações que por vezes nos exige um esforço sobre-humano para atender a tudo e a todos. Mas, quero deixar aqui minha mensagem para todos que conheço e também os que nunca pude conhecer sobre como sobreviver e ser feliz nesse período.

Natal para mim é outra coisa. É uma coisa que nasce em mim e não me dá a tristeza que a grande maioria das pessoas têm. É bom que saibam que não é uma data que eu goste. Acho a festa mais desgastante e triste de todas. No entanto, dentro de mim ela é motivo para uma outra alegria, outra felicidade por eu ter conhecido de perto, com convívio íntimo e cheio de grandes histórias emocionantes, uma pessoa que me acompanhou ao longo da minha existência.

Minha relação com Deus é uma relação que não se “fabricou” nos moldes de convenções feitas por homens ou por ideologias erradas vendidas por muitas igrejas e empresários espirituais. Ela foi e é fruto de um convívio harmonioso, rica de experiências da mais pura existência do poder dEle em mim, em minha carne, em minha história de vida. Com Ele aprendi que não devo fazer qualquer crítica às pessoas - missão difícil! - ou aos caminhos que elas trilham, pois TODAS foram feitas à Sua imagem e semelhança. Cristo quando veio a Terra não veio para quebrar leis, mas para cumprí-las e as cumpriu com uma só força: AMOR INCONDICIONAL. Ele foi o mais humano que pôde, sorriu, dançou, chorou, teve medo, teve ciúmes, teve raiva, teve tristeza e, sobretudo, sentiu-se desamparado como qualquer humano se sente um dia na vida. Alguns devem se assustar quando digo isso, mas vejam: Ele CHOROU quando soube da morte de Lázaro; DANÇOU na festa de casamento onde a água foi transformada em vinho, teve RAIVA quando viu os templos sendo profanados com indulgências que tomavam e tomam o lugar do louvor; ficou TRISTE pela visão das inúmeras mazelas do mundo; CIÚMES de seus discípulos e dos que eram seus; teve MEDO de não cumprir uma missão quando pediu ao Pai que passasse adiante dEle o cálice, mas que se cumprisse a Sua vontade e, por fim sentiu-se terrivelmente ABANDONADO pelo Pai, quando perguntou: Deus meu, Deus meu, por que me abandonastes?

Assim Cristo se fez na condição de humano mais que humano, que é ter sentimentos e demonstrá-los. Muitos homens tiram dá Bíblia fragmentos que por vezes podem ser contextualizados de forma que convém a quem escreve e a quem lê. Mas não se pode conhecer um autor só pela sua obra, embora nela esteja muito da sua essência. Uma biografia, um livro de história, revela contextos sociais e culturais de uma época, mas também trazem ensinamentos que são eternos e não necessitam de renovação porque foram escritos com a alma, com o raciocínio inteligente que há - no “religare” - entre o homem e seu Criador. Acho na Bíblia ensinamentos preciosos, como o saber que posso me irar com alguém ou alguma coisa, mas que não posso deixar que minha IRA se transforme em ÓDIO permanente. “ irai vos, mas não pequeis... não deixe o sol se pôr com a sua ira” . Então devo dizer que tudo me é permitido?? Não, nem tudo. Eu tenho o livre arbítrio para decidir sobre a minha conduta, de como devo conduzir a minha vida, a minha saúde mental e espiritual. Essa recomendação é bem clara quando Paulo sabiamente nos adverte: “ TUDO ME É LÍCITO, MAS NEM TUDO ME CONVÉM.”

Temos que saber quais são os nossos limites, os das nossas condições emocionais, financeiras, espirituais, sociais, para fazer qualquer coisa na vida. Reconhecer isso é um passo para estar em harmonia consigo mesmo. Aí está o grande legado que Deus nos deixou na Bíblia. Ela não foi feita para que em nome dEle saíssemos atirando, matando, odiando, rejeitando, julgando a qualquer pessoa, fazendo "justiça" com as próprias mãos, e, principalmente, para que não nos colocássemos na condição de merecedores de todas as benesses e “prêmios”. Não somos santos, busquemos, pois a pureza verdadeira e não o puritanismo cheio de convenções pré-concebidas. E o que é buscar a pureza? Não sei, se eu soubesse já a teria achado, não é mesmo? Mas penso que é amar as pessoas incondicionalmente, como elas são, independendo das opções que tenham feito.

Isso para mim é natal, e natal é todo dia. Não é só o nascimento de Cristo, mas é o amor que deve se ter. É uma data muito propícia para revelarmos este sentimento, não com presentes bem embalados cheios de fitas e cores, mas com as cores que temos.

Num natal de há mais de 30 anos ganhei um presente que até hoje me é precioso. Está guardado em uma caixinha e vez por outra vou lá e me encho de alegria. É uma cartinha que minha mãe um dia escreveu me falando de como ela sendo mãe às vezes se sentia tão cheia de falhas, mas, que me amava muito e que ela também tinha uma cartinha minha guardada que ela julgava muito especial. Creio que ela ainda a guarda até hoje. Foi com mamãe que aprendi a escrever cartas, de preferência com minha própria letra, e, à minha maneira dizer a alguém o quanto ela representa.

Não é necessário um cartão, pois fica o registro de uma convenção: “Boas Festas, Feliz Natal, Feliz Ano Novo”. Não, não é isso, dê preferência a um papel pautado, simples, sem grandes requintes, e, com sua letra se dirija diretamente a alguém que você ama ou a alguém que você não ama, mas que precisa ser amado. Diga em poucas palavras o que te vai dentro do peito. Estes são os melhores presentes, ficam marcados para sempre.
Divina Reis Jatobá
Enviado por Divina Reis Jatobá em 06/12/2006
Reeditado em 07/07/2008
Código do texto: T310940
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