Velhos conhecidos estranhos...

Tenho qualidades que vezes se fazem fantásticas, e em outras situações, se fazem um pleno martírio.

É interessante essa dualidade que faz de coisa simples e sem nexo detalhes de extrema relevência ao meu caráter.

Tenho uma facilidade imensa para me dar bem com "estranhos", para me envolver com eles e fazer do anonimato o veículo e a forma de conhecer as pessoas da forma que são exatamente; não me esquecendo, claro, que é a melhor forma que encontro de exercer a minha verdadeira essência sem me preocupar em estar sendo vulnerável.

Essa minha facilidade para me envolver com estranhos, por diversas vezes me foi fantástica, porém algumas das vezes me trouxe uma angústia e um martírio tremendo, um gosto amargo.

Gosto dos "estranhos", isso é um fato.

Digo a eles o que quero e como quero, e muitas das vezes consigo manipulá-los da maneira que bem entendo.

O problema consiste quando eu passo a ser a estranha e quando todo esse meu jogo vira-se contra mim.

Sou obrigada a reconhecer que existem estranhos muito interessantes!

Estranhos do qual a minha alma é uma velha conhecida..

E neste momento, penso que o anonimato talvez não seja apenas um benefício...e sim uma barreira.

Aos estranhos, eu mostro a minh'alma, ato muito mais importante do que dizer meu endereço, meu nome, sobrenome, gostos, desgostos,profissão...

Me prendo aos estranhos.

Mostro-lhes a minh'alma e alimento-me das filosofias feitas entre dois seres que muito pouco sabem das suas vidas e demasiadamente sabem das suas almas...

As almas dançam, e nesse exato momento eu perco o privilégio do anonimato e me lanço na dança...a dança de um estranho.

Geralmente, eu idealizo e desejo os estranhos, pois posso reformá-los ao meu favor e da maneira como quiser, o problema é quando encontro obstáculos e não posso chegar ao meu objetivo final que é realizar meus anseios e um desejo quase platônico.

Percebo isso quando deixo o papel de controladora da situação e passo a ser controlada por ela..

Não sei se o que me falta na verdade é um pouco mais de aceitação para com a realidade que me cerca, um pouco menos de idealismo.

Sinceramente, lidar com os estranhos é bem mais fácil.

Tenho estranhos que são próximos, e próximos que são estranhos...