ELIAS O ASTRONAUTA DE DEUS
Nem toda caravana que se destina a Terra Santa conduz no seu contexto figuras tão ilustres, como o nosso Mário Matta, de Turim; ele se revelou um ávido leitor de literatura ufológica e na sua humildade, quando chegávamos ao Monte Carmelo, segredou para Jayra, que me chamou pressurosa para junto de si, pois não sabia bem o italiano, e nos fez ouvir o seguinte relato, dizia Mário Matta, com placidez e segurança: “Faz alguns anos, o mundo civilizado conheceu um grande sucesso editorial denominado Eram os deuses astronautas? O autor, um pesquisador alemão chamado Erik Von Daniken, afirmava que certos objetos voadores, não identificados, muitas vezes registrados na Bíblia, eram astronaves. Bom, o arguto escritor levantava essa possibilidade, tendo em vista que algumas personalidades do mundo místico apareciam seguidas, antes ou depois, de objetos voadores, semelhantes a dirigíveis, algumas vezes em forma de charutos ou de foguetes que espirravam fogo quando se deslocavam no espaço em grande velocidade”.
Simoneta de Siracusa, a simpática esposa do professor Beluomo, deu um pulo com o dedo em riste na direção a Mário Matta e disse, “Me diga uma coisa Mário, nós estamos, neste momento, chegando ao histórico Monte Carmelo, aqui na cidade de Haifa, o porto mais antigo do Oriente-Médio. Você quer dizer que Elias era um astronauta?” Mário Matta, sem ao menos demonstrar qualquer surpresa, tomou a palavra e acentuou: “Brava senhora Simoneta, com a permissão do meu ilustre professor Beluomo, afirmo-lhe sem qualquer exagero que pelos estudos do já citado Erik Von Daniken, Elias é com certeza um desses astronautas de Deus, a quem ele servia com tanto zelo e desmedida coragem!”
“Bravo, Mário” dizia, batendo palmas, Simoneta, chamando a atenção de todo o grupo, que fez uma grande roda em torno do improvisado conferencista. Até D. Ângelo ficou curioso e, imterrompendo o discurso do nosso instrutor especial, perguntou: “Bravíssimo mestre, queres dizer que Elias é um astronauta de Deus?”
Mário Matta corou; ele não esperava atrair para si o interesse do instrutor principal da caravana. Aquele que dedicou sua vida ao estudo da Bíblia e sabia tudo sobre a Terra Santa. E, meio confuso, respondeu: “Dom Ângelo, me perdoe, estou apenas, repetindo a informação do escritor Erik Von Daniken! Só isto! Realmente não sou especialista nesses meandros da ciência arqueológica espacial ou outra qualquer, entendeu Dom Ângelo?”
Jayra, atenta, indagou: “Finalmente, quem foi Elias? O que representa para os crentes?” Tomei a vez para indagar de Dom Ângelo a procedente alegação de minha amiga.
“Por favor Dom Ângelo, diga-me para onde foi Elias. Aliás, acho que a turma toda está sedenta de suas informações”, e Dom Ângelo não se fez de rogado, pediu atenção, pois estávamos todos agitados com o calor de Haifa, cidade portuária à beira do Mar Mediterrâneo. Dizem que é o porto mais antigo da terra.
Todos silenciaram e Dom Ângelo começou, solenemente. Ele tinha uma característica: encarava tudo com solenidade. Disse: “Elias foi um dos três maiores profetas da antiguidade judaica. Os outros dois foram Moisés e Isaias.
Elias, como bem sabemos, fez muitos prodígios, impulsionado pela fé sua gigantesca. Fez a multiplicação do óleo e da farinha da viúva de Serepta de Sidom, cidade da antiqüíssima Fenícia, hoje região do Líbano. Elias, à semelhança de Moisés, feriu as águas do Jordão e elas se separaram para sua passagem e de eu discípulo Eliseu, a pé enxuto, como referem os livros de Reis, I e II do Antigo Testamento. Elias, afinal, depois de passar a fio de espada os profetas de Baal, foi arrebatado aos céus por um carro de fogo, com cavalos de fogo. Elias foi separado de Eliseu e subiu aos céus num turbilhão.”
E a conclusão, depois da brilhante preleção do nosso instrutor bíblico, é que, realmente, dá para se pensar que Elias, de maneira impressionante, dentro da visão do ilustre estudioso alemão, foi um autêntico Astronauta de Deus.