Perseguição

Tenho uma amiga que mora em São Paulo e trabalha com vários estagiários de nível superior. Conversamos muito sobre isso porque temos filhos que logo estarão no mercado de trabalho e porque ela faz observações sobre a postura dos jovens que revelam falta de educação em casa.

Nós sabemos que os filhos longe dos pais agem de maneira diferente, mas aquelas coisas básicas, como cumprimentar os colegas de trabalho, ceder o lugar aos mais velhos, pedir licença e agradecer, só faz quem é bem educado.

Outras coisas ficam evidentes também. Uma delas é a rejeição gratuita que certas pessoas sofrem. Teoricamente só porque não se integram as características do grupo. São diferentes.

Alguns são perseguidos e nada do que fazem está bom. Por um critério particular do grupo ou de alguém do grupo ele é recusado. Muitos dos agressores, pois isso é uma agressão, um preconceito, passam o tempo boicotando, falando mal da sua vítima. E o sujeito, se não tiver personalidade forte ou não for ajudado, acabará desistindo. Desistindo de um salário, de uma oportunidade.

Essa perseguição muitas vezes não tem uma lógica e o problema não está no perseguido. O problema é do grupo, ou dessa pessoa que adora humilhar e perseguir. Por motivos difíceis de avaliar. Por inveja talvez, por medo da disputa, de perder um espaço que acha que lhe pertence, por fraqueza, por uma falha no seu caráter, sabe-se lá.

Interessante é que isso ocorre também com outros profissionais, mais maduros, mais qualificados. E daí fica mais feio ainda.

Talvez esses profissionais não tenham sido bem orientados quando eram apenas estagiários ou não tenham tido uma boa educação. Acho que em muitos casos são doentes mesmo. Perseguição é prova de injustiça e crueldade.

Ana Mello
Enviado por Ana Mello em 01/06/2008
Código do texto: T1014980