Insônia.

A noite passada a insônia visitou minha paz. Meu corpo inquieto não encontrou descanso entre os muitos pensamentos que povoavam a minha cabeça. 
A cama tornou-se pequena para abrigar tantas dúvidas, ansiedades, saudades.
E como tinha gente no meu quarto. Gente que não me entendeu; gente que eu não entendi; gente que amei e se foi, gente que eu quis amar e não deu tempo, gente que me fez brincar e gente que me fez chorar. Amor e desamor juntos numa confusão em minha mente. 
E o relógio não parava, ignorando meu compromisso matinal, afinal preciso trabalhar.
Perguntas sem respostas. Hipóteses tristes formuladas pela ausência. Contra-ataquei com as lições aprendidas: "mudança de pensamentos, produz mudanças de sentimentos". Não adiantou muito.
Continuei lembrando de promessas feitas e não cumpridas. Lembrei da minha vontade de fugir da dor e me esquecer de tudo voando para longe, mas senti saudade de quem ficaria.
Comecei várias orações. Mas naquele estado não consegui terminar nenhuma.
E havia uma reunião logo mais onde ninguém se interessaria pelos meus desejos, meus conflitos, nem daquelas ausências que dividiam o meu travesseiro.
Quem se importa com uma mulher sensível perdida em seu mundo interior povoado de emoções contrastantes? 
Quem teria compaixão de entender meus gritos íntimos?
 A mulher cresceu e não dá mais para dar as desculpas que a menina dava para não ir ao colégio. Então, tratei de deixar que a madrugada ficasse com meus sentimentos. Você não responderia por telepatia minhas questões...
Adormeci. Mesmo não tendo dormido o suficiente, acordei com a sensação gostosa que um sonho bom deixa nos nossos espíritos. O dia fluiu e aquela sensação não me deixou. Hoje a chuva me embalará. Gosto de dormir  ao som da chuva. Meu compromisso esta noite é com os sonhos bons.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 04/06/2008
Reeditado em 04/06/2008
Código do texto: T1018581
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