Rio Das Flores.

Tive uma semana de correria, não muito comum em minha rotina. Vivo um período de mudanças internas e externas. Ansiedade galopante. Providências a serem tomadas no trabalho, em casa e uma viagem para esquecer de tudo; me renovar.

Um estresse positivo, claro. Tudo está correndo bem. Tudo aponta para um futuro próximo empolgante. 

Começarei com uma semana fora. A última viagem programada só durou até ao aeroporto de onde tive que voltar, pois minha filha tinha febre e dores no corpo. Desistiu de embarcar e eu, mãe apreensiva, também não fui.

 Ressalva: Sylvinha tem 22 anos, mas para mim foi mais fácil desistir de ir a São Paulo e voltar para cuidar dela do que viajar precupada.  Depois disso ela já foi e agora é a minha vez.

Acontece que agora vou e tomando as providências para viajar fui ao shopping que mais gosto várias vezes na semana. 

Um dos meus pontos de atração num shopping é seguramente uma livraria. Nesses dias não pude entrar nenhuma vez. Ontem à tarde passei às pressas indo ao banco e me deparei, na vitrine da Siciliano, com a capa linda do livro Rio das Flores de Miguel de Souza Tavares, autor português da nova geração.

Do autor li Equador do qual gostei. Aguardei o livro novo com ansiedade. O título convidativo, quase um poema, me atraíu de fato.

O leitor não sabe onde quero chegar. Pois bem, estranhei a exposição do livro com tanta visibilidade e na hora não entendi o motivo, uma vez que eu já havia lido o livro há alguns meses. 

Porque esse estardalhaço agora?

Depois lembrei que li o segundo romance de Miguel de Souza Tavares, emprestado e em edição portuguesa do fim do ano passado.

Li e me decepcionei. Preferi o anterior. Dessa vez tive a impressão de que o autor pôs numa máquina receitas de best selers, fatos históricos, alguns sem muito compromisso com a verdade, e romance.

O livro divide-se entre o Brasil de Vargas e Portugal de Salazar, com pitadas da guerra civil espanhola.

O Brasil surge da pena (?) do autor como um esteriótipo,  tal qual  filme americano. Já da parte portuguesa eu gostei, mas como não sou portuguesa não sei se a história confirma os fatos ali narrados.

O que me sobrou foi a sensação de encanto que o título do romance me causou e uma vontade enorme de conhecer Rio das Flores, no estado do Rio de Janeiro. Também quero ir à região do  Além -Tejo, mas fica para depois.

Apreciei a família alentejana e os irmãos Diego, o bom vivant que passa parte da vida entre Lisboa, o Copacabana Palace, Extremoz (em Portugal) e finalmente em Rio das Flores, todavia, gostei mais da construção do personagem Pedro: o cara simples, que ama a sua terra, luta por seus valores ( ainda que não sejam os meus) e os de sua família a ponto de casar com a mulher do irmão que a abandona  para vir ao Brasil casar com uma fogosa e bela mulata. Mais um clichê.

Correndo, como um rio que passa, ainda deu para perceber que a capa da edição brasileira tem as cores mais vivas; que o título é a melhor parte do livro e que eu fiquei com o aroma das flores nas mãos.

Tudo resolvido, volto à minha vidinha. Passarei uns dias fora. Mas vou aqui vizinho, portanto, volto logo.

Evelyne Furtado, em 06 de junho de 2008.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 06/06/2008
Reeditado em 24/10/2008
Código do texto: T1022679
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.