De Amor e de Fantasia.


Não tem lenço, não tem documento, não tem voz, nem rosto tem. Também não tem endereço fixo. Vive entre a chuva e o sol. Tem medos, tem brios, tem guitarra, tem uma canção. 

Desconfio que tem coração, mas o esconde junto com os sentimentos no bolso da alma.

Alguém brilha na sua presença da mesma forma como o Sol já me iluminou, por isso posso imaginar que conhece o amor, como eu conheço. 

Acha-me difícil. Eu que tenho rosto, endereço, nome e profissão. Difícil é a vida, que não o quero magoar. 

Já desisti até mesmo de o entender, mas continuo a admirar seu canto que leio nas entrelinhas e preenche alguns ocos em mim.

Acusam-me de sonhadora e assumo que respiro entre céu e chão. Peço-me que me entendam: sou pouco prática, adoro uma fantasia, mas não me conformo com isso.

Quero realizar vontades sonhadas e brigo feito uma louca para conseguir. A minha garra atém-se aos meus melhores sonhos; àqueles que dão à vida emoção.

Já ganhei taças de ilusões partilhadas com lábios amados e doces. Já fui às estrelas como quis e já me senti uma. Quem não se sentiu assim alguma vez na vida?

Perdi batalhas e amores, carpi desilusões. Porém, não vou ao amor como um soldado vai à guerra. Não mato, não trapaceio, não morro, apesar de querer sumir ou dormir por uns dias quando termina.

Amor de verdade para mim é feito com mulher e homem (leiam que frisei "para mim"), com roçar de pele, com olhos nos olhos, com beijos sem fim, orgasmos partilhados e abraço por fim.
 
É também companhia, colo, carinho, cumplicidade e parceria. Porém fazer o que quando se acaba algo assim? Não há nada a fazer além do que disse acima e lembrar...lembrar...lembrar...

Depois vibro nas linhas e entrelinhas de lindos textos que caem do céu, de estimulantes contos à luz da lua e nesse enorme potencial de fantasia que Deus me deu.
Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 06/06/2008
Reeditado em 19/06/2008
Código do texto: T1022956
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.