Manifesto Pessoal - Ao Vivo e a Cores

“A televisão me deixou burro, muito burro demais...”

Dias de folga, universo recheado de esperanças

O que fazer? O que dizer?

Não agüento mais assistir televisão!

Essa máquina maravilhosa, capaz de levar e trazer imagens

Essa máquina idiota, hipócrita e mesquinha, que, como

A Internet, se fosse usada de forma correta, seria de muita utlilidade.

“A mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu não faço nada...”

É difícil aceitar a proposta do Sistema Vigente

Que nos quer amarrar, passar maquiagem em nosso rosto,

E forçar-nos a querer tudo o que vem, sem ao menos ter o direito

De resposta, de opnião, e de ação.

É complicadíssimo, querido.

“É que a televisão me deixou burro, muito burro demais...”

A todo momento é fácil e chatíssimo lembrar-se de

Algo visto na TV. De algo que ela te disse e você aceitou e guardou

Em seu cérebro frágilizado por tudo quanto é baboseira e abobrinhas

Ditos em rede nacional, em horário nobre, sem intervalos comerciais.

“Pois tudo que a antena captar meu coração captura...”

E o ódio se faz fracasso, e aceita-se o mandado

Conscientiza-se que é necessário para uma vida, cujo lema

É ter $uce$$o e dinheiro. Então, depende-se dessa tela colorida

Esperando pela melhor programação.

“O sorvete me deixou gripado para o resto da vida...”

Por outro lado, o não-til de aceitação da proposta absurda

Traz-me o medo de um simples aparelho, paranóico, sento-me

Afinal, criado para isso, desde oitenta e dois, fui

E é muito difícil se livrar e um compromisso

Assumido sem consciência do perigo.

“Eu nunca li num livro que um espirro fosse um vírus sem cura...”

Pode parecer impossível, aos olhos que não querem enxergar

Mas pra mim, é próximo,e muito escorregadio

É possivel alcançar, o problema é segurar, agarrar e não soltar

Mas existem meios diversos de combate

E esses me darão, excitado, a vitória.

“Vê se me entende pelo menos uma vez criatura...”

E minha lenda pessoal não é paraplégica

Não tem fobias imbecis e não se polui com imagens

Demorada seja a queda de inimigo, e este, se curvará

Diante da chama da Vontade, entregando-se por querer puro.

“E nossa história, não estará pelo avesso assim, sem final feliz, teremos coisas bonitas pra contar, e até lá, vamos viver, temos muito ainda por fazer, não olhe pra trás, apenas começamos, o mundo começa agora, apenas começamos...”

F. Pinéccio

13/JAN/04

02:28