AMOR E PAIXÃO

A paixão é apenas a fase inicial de uma relação que, amadurecida poderá se converter em amor eterno. Acredito em amor eterno. Tenho visto e convivido com alguns casais de amor duradouro; alguns que iniciaram o namoro ainda adolescente. Logicamente já não apresentam o fervor de outrora, mas não conseguem viver separados.

Quando duas pessoas estão juntas, aos poucos, a atração sexual e física vai deixando de ficar em primeiro lugar nas prioridades a dois.

A luta pela sobrevivência, a correria do dia-a-dia, é desgastante e isso faz com que os casais diminuam o ritmo amoroso. Por isso, todo aquele calor veemente dos tempos de namoro se assenta e dá início a uma relação mais madura. O fogo se transforma em afeto que se traduz em amor.

É comum as pessoas se acomodarem com a companheira ou o companheiro ao lado, como se tudo estivesse bem - e nunca está totalmente bem -, como se não fosse preciso satisfazer sempre as aspirações e perspectivas do outro.

Assim cada qual vai se esquecendo de cuidar das flores de seu jardim, que são o amor e o carinho que um nutre pelo outro, com suas naturais carências e exigências afins.

A acomodação costuma levar à inércia, mergulhando as pessoas numa possível solidão a dois, que é sem dúvida alguma a pior delas.

A rotina destrói o amor. Aos poucos o vai minando até destruí-lo.

É evidente que nem o marido nem a mulher devem permitir esse desgaste. A monotonia densa, pesada, que torna a vida uniforme, insípida, tediosa, insustentável, venenosa, reclama clamorosamente uma renovação.

Sérgio um amigo veio-me fazer uma confidência sobre as amarguras do seu casamento. Revelou-me que sua esposa, estava esquisita, queixando-se continuamente da rotina; sentia-se abafada dentro de casa, sem horizontes. Como tentativa de quebrar a rotina, convidou a esposa para um passeio.

Foram à pracinha onde se conheceram, onde deram início ao namoro. Tomaram sorvete na mesma sorveteria, foram ao cinema, passaram uma tarde como antigamente, na época de namoro. Foi como se o véu da desmotivação que cobria o rosto da sua mulher caísse por terra num instante. Eram novamente namorados. Passearam de mãos dadas. Segundo Sérgio o mundo tornou-se cor-de-rosa.

É imprescindível manter a vivacidade do amor, e com absoluta certeza essa parte cabe a mulher. Ela tem mais imaginação, é mais sonhadora. Deve sempre surpreender o homem e não deixar a vida tornar-se rotineira.

A mulher tem de ser misteriosa para o homem não perder o interesse. O segredo é se deixar conquistar eternamente.