Quando envelhecemos buscamos espaços menores e precisamos de espaços maiores.
Da mesma forma os papéis se invertem.
Somos mais filhos que pais.
Dependemos do amor e da aceitação dos nossos filhos.
Somos cobrados, em tudo.
Do casamento que não deu certo, dos negócios mal resolvidos, dos acertos e erros.
Não somos compreendidos das nossas necessidades, nem do nosso envelhecer.
Fizemos algo parecido com nossos pais, creio eu.
Temos a sabedoria da experiência vivida e somos frágeis emocional e fisicamente.
Esperam da gente respostas imediatas para tudo.
Cobram ousadia, destreza, segurança.
Ao mesmo tempo buscam controlar-nos.
È como que se perdêssemos a identidade pessoal.
Devemos estar o tempo todo “por conta”.
A disponibilidade de tempo e afeto tem que ser total.
Impossível a sobrevivência feliz sem a presença efetiva dos nossos filhos, netos.
Precisamos da presença e do afeto deles
Mas estamos mais frágeis, corpo cansado, caminhar lento.
A história é sempre a mesma, qualquer que seja a família.
Somos acusados, quase sempre, daquilo que não pudemos ser, ou conquistar.
Difícil conciliar a experiência vivida com o momento.
Fazemos um esforço, quase físico, para mostramos-nos ainda jovens, menos carentes.
Mas não somos.
E sei, apenas após nossa partida seremos realmente reconhecidos da herança deixada.
Aí sim.
Seremos perdoados dos nossos erros, das nossas fragilidades.
Seremos então super-homens.
É...
Buscamos espaços menores, simplicidade.
Queremos as pequenas coisas, gentilezas.
Nem sempre as encontramos.
Não deixamos de amá-los por isso.
Compreendemos a urgência dos jovens.
Somos pais.
Somos amor.
 
 
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