APLAUSOS PARA O ATOR!

Todo ser humano tem dentro de si uma possibilidade infinita de ser o que quiser ser.

Alguns têm mais facilidade para determinadas coisas que outros e vice-versa. São aptidões.

No caso do Ator, muitos têm o dom enquanto outros têm a força de vontade.

Quando o Ator que tem o dom também tem força de vontade, amor pelo que faz e compromisso com a verdade em cena, pode-se dizer que este é um Ator Completo.

Há muitos Atores de alto nível que são completos.

E, é sobre esse Ator, em especial, que eu quero falar, porque esse é o Ator Natural.

Ele sabe fazer da ficção uma realidade. Sabe fazer de uma realidade, uma ficção.

Sabe transformar o que é triste em piada, em comédia, e mostrar que na comédia também cabe a tristeza, a reflexão.

O verdadeiro Ator, o Ator Natural é bondoso, paciente, generoso, observador, criativo, organizado, cortês, humilde, professor e aluno, é de direita e de esquerda e, é de centro também, é livre.

Ele ama a vida e por esse amor dá vida aos seus personagens.

Ele faz a verdade. Faz a platéia acreditar nele e no que ele faz.

Ele se dá o devido respeito e tem o respeito da platéia e da crítica.

Na verdade, um Ator acaba sendo um Autor também, pois mesmo quando o texto não é seu, ele acaba contribuindo e muito na formação do caráter do seu personagem e de tudo que tem a ver com a estória.

Por isso, ser Ator é mais do que ser simplesmente um ator.

Porém, tudo na vida tem dois lados, um bom e um ruim.

Existem muitos atores da vida real que usam seu talento para ludibriar o povo, sempre em benefício próprio.

Basta observar certos empresários, religiosos e, principalmente certos políticos.

Imagine se no mundo os atores da vida real não existissem, ou não utilizassem seu talento com a finalidade principal de prejudicar o povo ou alguém.

Que maravilha seria o mundo se os atores fossem todos com A maiúsculo, só entrassem em cena no palco.

Aplausos para o Ator!

Jeronimo Madureira

*Escrito em 1995, no encerramento da Oficina de Teatro da Fundação Leão XIII de Maricá, dirigida pelo saudoso Professor de Teatro Fernando Lopes, meu querido mestre.